Vida e Paixão 
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Soy psicólogo y dirijo una clinica, soy simpático, creo que soy atractivo, muy ardiente y me gusta hacer el amor mucho e hacer amigos, viajar por diversos paises en vacacciones y el deportes. Home Page http://www.mrmarcinho.hpg.com.br
Apelido: menthaux
Idade: 30
Estado: PR
Cidade: CASCAVEL
Que bom que você me achou.
Muito prazer !!!
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sábado, junho 30, 2001
Porque cometer erros
antigos se há tantos erros
novos para escolher
(Bertrand Russel)
Errar é humano. Botar a
culpa nos outros, também.
(Millôr Frnandes)
O fracasso é a
oportunidade de começar
de novo inteligentemente.
(Henry Ford)
Se fecharmos a porta a todos os
erros, a verdade ficará de fora.
(Rabindrabnath Tagore)
O único erro de Deus
Foi não ter dado duas
vidas ao se humano:
Uma para ensaio,
outra para atuar.
(Vitório Gassman)
A experiência de nada
serve à gente.
É um médico distráido:
põe-se a forjar receitas
quando o doente já está perdido...
(Mario Quintana)
Experimentar é o nome
que nos damos aos nossos
próprios erros.
(Oscar Wilde)
É muito fácil
reconhecer o erro do
que encontrar a verdade.
O erro está na surpefície e,
por isso, é fácil erradica-lo.
A verdade repousa no fundo e não
é qualquer um que consegue chegar até
ela.
(Joham Wolfgang von Goethe)
O maior erro que você
pode cometer na vida é o de ficar
o tempo todo com
medo de cometer algum.
( Elbert Hubbard)
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Multiplas escolhas
Quais serão as advesidades com que habitualmente me defronto?
A maior amplitude desta questão e sua complexidade me mobiliza e obriga a ter que caminhar...cautelosamente, tateando o terreno, de ouvido atento e olhos vigilantes.
Assim como quem penetra, pela primeira vez, em uma floresta ou caverna .
Faço uma alusão a dificuldade quanto a pluralidade sobre quais "os procedimentos" que tantas vezes distanciam da verdade de onde realmente se originaram as dúvidas ou além de tudo as vezes para piorar tornam-se divergentes e gerando multiplas escolhas...
O vinho é barato
sem selo
O copo é grosseiro
com selo
o pão de bromato
cancelo
o queijo azedo
me falta
a fruta é sem gosto
e sem graça
o café granulado
contrato
de selo vermelho
é veneno
A salsicha de soja
me enoja
o frango é farelo que pia
geladeira brastemp
vazia
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Atidude de Base
Em todas as direções, as mais diversas, e posições que me encontro quero identificar e escrever quero dar as coordenadas. Visto que sa vezes frente ao acaso - valha - a verdade - cercada de certas precauções - quando a dúvida me atormenta. Acostumado ou não com esta condição; apegado a hipóteses mecanicistas e arraigado preconceito e hábitos de raciocínio, flagrado por mim mesmo fico desarvorado e aturdido ante essa nova perspectiva.
Agarro a essa nova condição de criar critérios e modos para considerar-me que nem sempre posso ser demonstravel mas se quero realmente algo é que minha totalidade de pessoa humana manifeste-se agora (normal).
Viver
O destemor em guarda
dividir
O que na verdade é uno
Preciso
Estar atento aos rumos
Ativar
As marés de denso sangue
Vivamente
Saudar com um grito o
Corpo
num instante decusivo
Respirar
Trazer à tona a
Vida
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CONFIGURAR
Digamos que depois de sofrer um abalo afetivo, que inadvertidamente concorri, com minha própria imprudência, venho a cair em estado depressivo intenso, com idéias de auto-acusação e de culpabilidade, compreensível psicológicamente.
Mas incompreensível, impenetravel e inexplicavel é essa convicção... de que tenho que ir adiante, que novos amores virão ou que a possibilidade de novos-achados-caminhos-novos para a conquista e construção de uma vida melhor.
Esse isolamento tem me sido útil um novo modo de pensar de dar significações, ir diretamente as coisas evidenciar, vale dizer, em uma palavra as essências. Caracterizando assim um novo modo de pensar.
Configurando o meu estilo em ultima analise até aqui...
A máscara da morte é bela
Outras da via causam náusea
Violentos sobrepostos espasmos
Mais belos que sorrisos amarelos
A máscara da morte tem porte
Digna em último abandono
A rósea máscara da vida
Engana o próprio dono
Um filme de horrores sobrepostos
Na máscara da morte a asfixia
Bela ao comparar com a vida
Que esconde o cinismo e a covardia
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Ainda hoje me espanto...
Me espanto e intriga-me
Ver a grande afinidade
entre pessoas de temperamentos tão díspares.
Fomos assim e podiamos
ao menos termos entendido que a proposta era esta
e naõ ficarmos como teimosos
tentando modificar um ao outro.
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O TEMA É...
Tanta coisa coisa que eu tinha a dizer;
Mas eu não assumi a tempo; em alguns casos, percebo que a preocupação em manter contato com você prolongando uma comunicação sem "os atritos", pareciam um teste: Será que esta me ouvindo?
Será que me compreendes? Sinta que eu valorizava sim a preocupação com o contato porém fostes durona o tema da conversa era que pudesse explicar me... mas fui me cansando...
Hoje o dia ta chuvoso escuro e com relâmpagos tive a impressão, de que a chuva me obrigava ficar quieto. De um desespero. De imaginar me solto num mundo tão largo, o medo me agarrou. Mas eu vou, vou indo com um pensamento /hoje/estou munido porque sei que posso caminhar vazio trago lembranças e só( impressão de ja vou tarde)...já é de madrugada se quer consegui pegar no sono sem razão. Senti a vida pesada, pesado ainda meu coração, de novo eu choro, lágrimas mansas, lentamente sem desepero.
De pensar que foi assim que eu , pela derradeira vez na vida, vi você, desanimada, muda, toda clara na escuridão, à porta do carro que a levaria para sempre...
Pensei então é fácil destruir e construir mesmo que
nos valha de um sacrifício.
Possuia um vago sentimento.
O carro deu aquela arrancada, ganhou velocidade e pesnamentos tomaram conta de minha mente e foi o que me frustrou:
"eu não deivia te dizer
mas foi a lua
por tras das nuvens tinha lua!!!
Mas também um gole de cerveja a mais...Botam a gente comovido pelo diabo!!
Virei a mesa
Vai mudar nossas vidas...
Ainda que um grito de vida e a breve esperança de que pudesse voltar no momento onde tudo deixou de ser belo e fantástico
encontrar o maior amor ... e perder (essa frase não me faz mais sentido).
Enquanto ela pensava:
Preciso mudar meu estilo de vida de acordo com a mudança de caráter que desejo conseguir.
Analisando a dependência interminavelmente e assumindo o risco e dor que essas medidas práticas no sentido de independência possam explicar:
_ Minhas metas não sei!!!
Enquanto ele gritava apresentarei minhas qualidades será que ainda te interessa?
Segurança, sentido de identidade e confiança com base na fé do que se é, na necessidade como todo mundo!!! Manter um relacionamento amistoso, interesse, amor, solidariedade de que todo mundo circunjascente em vez do desejo de TER, possuir controlar o mundo e assim tornar-se escravo da vida ou das coisas possídas.
Aceitação do fato de que ninguém é nada fora de mim o significado da vida, mas que esta independência e desinteresse podem tornar-se a condição para a mais plena atividade dedicada a cuidar e participar.
Estar plenamente presente onde estiver.
Alegria proviniente do dar e participar, e não do acumular e explorar.
Amor e respeito pela vida em todas as suas manifestações, no conhecimento de que não as coisas, o poder, tudo que é inerte, mas a vida e tudo o que é próprio a seu crescimento é sagrado.
Tentar diminuir a ambição, o ódio e a ilusões tanto quanto possível.
Viver sem adorar idolos e sem ilusões, porque já se chegou a um ponto que não exige-se ilusões.
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Navegando pela Internet
A melhor forma de entender a Internet é pensa-la como uma rede de computadores. Cada rede individual conectada à Internet pode ser administrada por uma empresa.
Embora haja uma notável quantidade de informações disponível na WEB ha muitos sites vazios, desatulizados. de conteudo inconsistente, vulgar e até mesmo insultuoso.
Vão aí minhas dicas que valem a pena OK!!
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Votre titre de liste
Vida e paixão Assine o livro por favor, please!
Por acaso Quer fazer amigos de verdade?
Cupido loko Está afins de namoricos? Sonho Meu Poemas
Songs and Poems Mais poemas
Cartões Musicados MPB adoro
Cartões Musicados Músicas diversas
Humor Hilário
Fulano Mais pirante impossível
Escaleno Esse vem do meu lado criança
Kids Space Bem infantil
Filmzone Pra quem curte o Cartoons
MTV MTV é chic
Trash Movies Filmes de terror
Rádios Essa é a rádio
Fotos Melhoradas São minhas fotos
Meu perfil Yahoo Quer saber mais o que...
Meu Chat Crio & Onde você cria o papo
Psicologia Papo sério
Libido Psicologia pura
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O Grande Desafio:
Descobrir a beleza que o cotidiano pode esconder.
O Grande aprendizado:
Realizar, assim como o rio sempre corre para o mar.
Geralmente, a mulher se perde ao querer servir sem pensar em si própria, e o homem ao querer conquistar sem pensar no seu coração.
Amor se resolve de forma amorosa.
É muito importante deixar claro o seu desejo de estar com alguém.
O amor sempre procura se realizar...
"Será que você consegue ver a possibilidade de se apaixonar novamente por mim( um homem simples) e de aprender a viver cooperativamente. Comigo que a considero forte?" < trechos da 33ª discussão>
"Não sinta-se perdida e nem coloque-se a reclamar, querendo que eu cumpra promessas."
"Eu sei que você desenvolveu a capacidade de me cuidar mas sempre pensando que merecia recompensas por todo esse trabalho."
"Confesso que com isso foi estimulado mais a piedade por minha parte do que o desejo propriamente. Mais culpa do que alegria".
"Sabemos mas não sei se compreendemos que cada um traz dentro de si, uma busca amorosa e que os tropeços na caminhada são mais uma demosntração de inabilidade em estar juntos do que uma tentativa gratuita de diminuir um ao outro."
"Também sei e começo a olhar para dentro de mim mesmo que não adianta viver acusando o outro pelos erros, quando se sabe, que, dentro de si mesmo exixstem medos e bloqueios não resolvidos." < prenúncio do final>
Bem seculares são os caminhos percorridos, por infinitas gerações, e somos obrigados a cumpri-los. Acima temos fragmentos de brigas que tive com minha ex mulher...Achei interessante registrar acontecimentos nas mais variaddas formas. Maravilhado com as impresões, muitas vezes em profundas depressões e muitas vezes por rapidas decisões , vou tentando acerta meu curso e juntos a outros curso paralelos.
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NADA NOS É MAIS IMPORTANTE QUE
QUE O DESEJO ARDENTE E SECRETO DE VIRMOS
A DESCOBRIR, DE CHEGARMOS A ENTENDER ALGUM DIA, O SENTIDO
ENIGMÁTICO
DA VIDA.
MAS NÃO SOMOS VÍTIMAS DOS FATALISMOS INEXORÁVEIS DO DESTINO.
A CAPACIDADE PODEROSA,
QUE POSSUÍMOS DE OPÇÃO
E DECISÃO CONSCIÊNCIA E LIBERDADE DE AÇÃO
ANTE A MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES
ATÉ O FIM DE NOSSOS DIAS.
AMAR ALGUÉM SENTIR COMO NOSSA
EXISTÊNCIA É INDISPENSÁVEL
PARA A PESSOA QUE NOS AMA.
MR MARCINHO
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O AMOR COMO MODIFICADOR DO COMPORTAMENTO.
A ciência dos relacionamentos foi difundida entre os anos 60 e 70. A ciência veio como uma fonte de investigações sobre fenômenos verdadeiramente relacionais. Dentre eles o "Amor".
Alguns dizem que o melhor é ser racional outros que o saudável é agir de acordo com o coração.
Mas a verdade é que não acreditamos realmente no poder do amor. Temos preconceitos contra as teorias que procuram provar o poder do amor e outras forças positivas na determinação do comportamento humano. O amor pode modificar:
_ A personalidade;
_ A Evolução Biológica;
_ A Evolução Social, Moral e Mental;
_ A direção dos Fatos Hitóricos;
_ A organização das Instituições Sociais e Culturais.
O Amor, portanto não funciona como algo ilusório; com noções idealistas e sem cientificidade.
A chave para a mudança: é não ser singular.
O nosso principal e maior dever é ajudar o próximo. E por favor, se não o puderem ajudar, podem ao menos não atrapalhar?
Exemplificando: se você é um professor; se você é um amante ou seja somente um cidadão, ponha de lado seu egoísmo, não critique os outros por não terem os seus pensamentos: procure não moldar as mentes e não rejeite as crenças dos outros...
A trave para mudança - se começar a acreditar, que por ser adulto independente, não precisa de ninguém, você acaba de instalar uma trave a sua frente, impedindo a modificação do comportamento.
Acredite que, você "precisa" pois as grandes experiências só ocorrem a partir do encontro de duas pessoas.
Quando, não aceitamos que precisamos das pessoas, estamos contribuindo para solidão.
A solidão do não-amor...
"Aqui jaz onde nasceu e onde também morreu o ideal do amor pois sem cobranças foi tão perfeito que de amor morreu
e tão intenso que não deixou lembranças."
Descartando a solidão, passe a um processo de busca de sua espontaneidade. Os métodos são:
_ Você acreditara que o maior bem que possuis é tão somente você.
_ Na sequência, torne-se uma pessoa, maravilhosa, terna e bela;
O resultado é que continuáras a viver e a sobreviver contribuindo para um mundo melhor.
A espontaneidade no sentido de pensar e sentir como era no início ( quando ainda eramos gorotinhos) voltar a olharem uns para os outros srmos realmente o que somos.
Voltar a tocar nos outros, segurar a avaler pensar com intensidade em pessoas, interessar-se realmente...tudo isso em uma intensidade quase que sem limites.
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"Pague pelos seus pecados mas pague ano que vem."
Esta page tem como propósito único fazer com cada vez mais, as pessoas fiquem mais próximas de uma autenticidade. Daí seu pecado capital vira pecado imediato.
MrMarcinho
...Aprecie sobretudo os aspectos já destacados anteriormente. A reflexão sobre a vida, a expressão de uma postura ora lírica ora revoltosa ante as coisas, os fatos e a inacreditável condição humana. Os recursos internos com que se realiza livre e espontaneamente, a surpresa de alguns achados poéticos, e principalmente a força e a beleza da composição poética, criando momentos de intenso prazer estético...
Há quem se ocupe e cuide das palavras.
Eu vim organizar no caos.
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Aula de Catecismo
Joãozinho volta da aula de catecismo e pergunta para o pai:
- Pai, por que é que Jesus, quando ressuscitou, apareceu primeiro para as mulheres e não para os homens?
- Sei não, meu filho! Vai ver que é porque ele queria que a notícia se espalhasse mais depressa!
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Pensamento da Vez:
Se 23% dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas alcoolizados, significa que 77% dos acidentes são provocados por motoristas sóbrios. Então, por que é que se diz que dirigir alcoolizado é mais perigoso?
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Cálices ou Guardião II
Para meu amor atual
— Sim, sem dúvida, o barulho era de um tilintar de cálices, uma sinfonia deles.
Na tentativa de descobri-los, entrei. Procurei por todos os lados e cantos possíveis daquela cristaleira. Nada.
Eles estavam ali, eu sabia. Eram sonoros demais para não existirem; todavia não possuíam corpo, nem pé?!
Contestando minha ilusão, toda a cristaleira começou a tremer nos seus mínimos cristais. Invisíveis cálices, bem presentes.
O barulho cessou. Alguém estava entrando. Não uma simples pessoa, melhor dizendo: um ser. Não agüentando conter minha curiosidade, perguntei:
— Quem é você?
— Eu sou o guardião.
— Bem, senhor guardião, já estou aqui já fazem horas e quero saber onde estão os cálices.
— Você acha que só porque quer saber irá encontrar.
Depois desta afirmação tudo mudou. Principalmente dentro de mim. A coisa era tão óbvia e eu jamais tinha atinado para ela.
— Pois é meu querido amigo. A vida é incerta, ou melhor dizendo imperfeita e descompleta.
Você só verá aquilo que estiver no seu caminho. Definido, por uma força maior, antes de você iniciar teu caminho. Todavia atente para dois princípios essenciais: você é livre para iniciar o teu caminho e para ver.
Fechei os olhos e vi a escuridão mais completa entre todas que eu já conhecera. Mesmo assim, procurei freneticamente, alucinadamente, furiosamente...
Água, jogara água na minha testa. Refresquei-me, recuperei minha serenidade. O guardião estava lá, iluminado, segurando cálices. Eu também estava lá refrescado, curioso, vivo e, essencialmente, livre.
Sorrindo ele entregou-me um cálice, segurei- o
Brindamos.
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O GUARDIÃO (I)
Para Elis (in memorian)
— Pessoas não são fatos, são seres feitos de tempo.
— Estranha sua afirmação. O que é o tempo além de uma coleção de fatos passados, presentes e futuros?!
— O tempo é este instante no qual estamos conversando, este já que a todos nós açambarca. Evidente que nele estão contidos toda esta coleção de fatos por ti tão bem delineada. Mas repare, as pessoas podem até resumirem-se aos fatos, mas contém sempre dentro delas a subversiva possibilidade do presente possível e novo.
— Puxa que maravilha! Isto significa que a qualquer hora posso abrir a janela e pedir para que a brisa do novo entre e invada todo meu ser?
— Não é tão automático assim, pedir é sempre bom, mas há de estar receptivo e aberto a esta brisa.
— Complicou. Seres humanos não gostam de pensar que tem de mudar por dentro. Será que abrir a janela e fazer o convite, não basta?
O guardião se cansou com esta conversa . Decidiu abrir a janela e receber a brisa. Depois de alguns minutos de silêncio voltou a falar (suas palavras eram doce, seu ritmo cadenciado, o olhar penetrante e assertivo).
— Veja com seus próprios olhos. O tempo essencialmente é uma ilusão, o que significa dizer que todo dia é só possível. Nem fácil, nem difícil, nem simples, nem complicado, nem chato, nem bobo só possível. Um, talvez perpétuo, que clama pela nossa disposição e ação. Nós é que devemos decidir se queremos só colecionar fatos, ou abrir a janela já e sempre.
O guardião levantou-se e fechou a janela. No interior do aprendiz sentíamos uma brisa suave Sua janela estava aberta, agora e para sempre.
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...JÁ!!!
para Marina e sua amiga Lívia
Talvez melhor deixar para outro dia, outra hora, diversa situação. Não! Faça agora , já! Esqueça as altas horas da madrugada e este local inóspito. Do it please, do it now!
Ufa...Caramba consegui começar basta segurar a onda e ir, deixar fluir...Palavras possuem esta natureza, obedecem a um ritmo próprio. Não se deixam possuir e exigem nos possuírem para serem expressas com maior intimidade.
Desta feita uma doença comum que acomete a todos que escrevem é a procrastinação. Segundo Bahia [1] esta palavra originou-se do grego e significa, literalmente, deixar para amanhã. E o amanhã, o que é o amanhã? Hoje é hoje enquanto o hoje perdurar, porque quando o amanhã for hoje, o hoje será ontem e haverá um novo amanhã....
Vejam que se formos olhar com a justa atenção, veremos que o único tempo que existe diante de nossos olhos, corpos e cérebros é o já. O resto é mera conjetura seja ela passada, presente ou futura.
Desgraçadamente esta idéia cristalina quase sempre foge sorrateiramente de nossas mãos e, de repente, voltamos a pensar no que deveríamos ter feito, no que queremos fazer, e no que não fazemos.
Que tal parar. Parar e respirar. Olhar para dentro de cada um de nós e descobrir onde habitamos de verdade. Este espaço-tempo está a menos de um palmo de nosso alcance e é absolutamente disponível. Ouso batizá-lo como um novo tempo chamado já.
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DA CONCRETUDE DE AMAR
Corrijo-me, o amor apesar de incorporar-se nas coisas concretas, não é concreto. Se o fosse, não seria um valor, mas uma coisa.
Nem coisa (certamente), nem valor (talvez). Quem sabe uma energia como o fogo que devemos nos esforçar para manter, constantemente, acesa [1]. Haja o que houver...
Todos os dias repetimos as ações, a rotina é nossa habitual melodia. Tal constatação pode nos levar ao tédio, ou ser nossa fonte de aprimoramento ilimitado. Que tal aproveitar o dia de amanhã e experimentar?
Tenha em mente e no coração a seguinte reflexão de um sábio hindu: “o amor deve ocupar em nossas vidas a mesma função que a água ocupa na existência de um peixe.” Desta forma: acorde e busque sua motivação essencial, diga bom dia para os que estão próximos de ti, mastigue devagar, dirija com atenção e tranqüilidade, olhe a paisagem, cumprimente os estranhos, trabalhe concentrado, almoce e pergunte para teu ou tua acompanhante se ela(e) está feliz, saia do trabalho tome um refresco no ‘happy hour”, saboreie o pôr-do-sol e agradeça as forças da natureza por mais um dia.
Siga amando os dias que ainda te estão destinados. Um dia tudo acaba, e nada levaremos de concreto. Pois é, acho que é por esse fato que o amor não veio a terra com concretude.
Ele tudo permeia e sustenta, sua sutil presença nos encanta e alivia. Não se esqueça de cercá-lo, proteja-o daqueles que não o levam em consideração.
Hoje deixo um poema de despedida:
Outrora
Cri que as palavras poderiam
Agora não é mais o caso
Continuo
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O VALOR DO AMOR
Para descobrirmos a importância do amor, é necessário, primeiramente, compreender o seu valor, mais do que isso, carece que estejamos conscientes que o amor é um valor.
André Lalande[1] esclarece que valor é “a característica das coisas que consiste em merecerem mais ou menos estima”. O amor deve ser a mais estimada de todas as coisas existentes. Esclareça-se que o amor, assim como os outros valores, é uma coisa, mas não algo concreto, palpável. Por sua própria natureza é inexaurível, jamais se esgota, sempre podemos amar mais e melhor. O perigo é que do amor para o ódio, basta um passo, um escorregão (para ser mais preciso). Isto ocorre em virtude da bilateralidade dos valores, eles existem como moedas possuem duas faces: um valor e um desvalor.
Antes que os leitores e leitoras percam o entusiasmo, desistam de amar e comecem a nos odiar.... Lembro que o amor cria um norte em nossas vidas, ele funciona como uma bússola para nossos demais sentimentos, põe ordem no nosso caos emocional. É através dele que conseguimos discernir o que há de mais importante e o de menos importante. Outra de suas características otimistas assevera que o amor apesar de ser uma coisa concreta, é capaz de expressar-se através delas.
Desta forma ele funciona como uma chama para todos nós, já que reacendemos nossas esperanças na sua pura luz.
“All we need is love, love is all we need.” (John Lennon)
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Mulheres são parte integrante da existência de todo e qualquer homem. Estão por toda parte, em todos os lugares. São nossas mães, irmãs, avós, professoras, sogras, funcionárias, patroas, namoradas, empregadas... O que elas possuem, especificamente, que as torna tão singularmente: mulheres?
Acredito ser o feminino. Não que elas o possuam exclusivamente. Nós, homens, devemos o quanto antes integrá-lo em nossa personalidade. Só que as mulheres expressam-se femininamente. Diz o taoísmo que elas são yin (feminino) por fora e yang (masculino) por dentro. Assim, no nosso mundo visível, elas possuem como forma natural de expressão: o feminino.
Caetano canta “você diz a verdade, e a verdade é o seu dom de iludir”, mais adiante afirma “como pode querer que a mulher vá viver sem mentir”. Verdadeiras ilusionistas elas chegam a nos convencer que o mundo é um conto de fadas cheio de encantos, uma estória de cavaleiros determinados e impetuosos. Alimentamo-nos com estes sonhos e partimos para nossas conquistas.
Não chegamos a obter tudo que gostaríamos para torná-las absolutamente felizes, mas levamos o que está ao alcance da nossa limitada capacidade masculina.
À noite, queremos um corpo que nos acolha, uma ritmada batida de coração e um ouvido atento que escute nossas carinhosas palavras de amor.
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PEDIDO DE PERDÃO
Dalmo bem que avisou para eu aproveitar o feriado do Carnaval e escrever esta coluna. Mas não deu, confesso que acabei fazendo outras coisas e fiquei em falta com vocês, queridas leitoras e caros leitores.
Agora estou aqui diante desta folha de papel em branco com a árdua tarefa de preenchê-la. Garanto que não terminou a inspiração, nem falta vontade de transpiração. Faltou o bendito tempo...
Ao invés de faltar integralmente, decidi faltar de modo parcial e apresentar por escrito meu pedido de perdão.
Tenho pensado muito sobre esta atitude humana, essencial e divinamente humana: PERDOAR. Através desse exercício percebemos a incompletude de nosso ser e somos capazes de aparar as inevitáveis arestas de nosso cotidiano.
Perdão é o bálsamo que cura nossas dores, raivas, amarguras e decepções e, além disso, alimenta nossas esperanças de possíveis melhores dias num futuro remoto ou breve.
Carecemos desse estado de espírito para bravamente encarar nossas desafiadoras manhãs.
Veja você (amigo leitor, companheira leitora) não significa faltar com nossos compromissos, mas saber de nossa humanidade passível de erros.
Talvez esta seja a motivação correta para buscarmos sempre o melhor possível.
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DAS CONDIÇÕES DO FILOSOFAR (II): BUSCA
“Quem acha vive se perdendo”, é assim que diz o samba. Pois é, Dalmo alerta que o início do processo é esse, ficamos desesperados, parecendo que o nada nos rodeia por todos os cantos.
Relaxe! Chega uma hora que isso cessa. Passadas estas trevas, caminhe, passo a passo, sinta teus pés tocar o chão por inteiro. Levante a cabeça, solte os ombros, permita que teus olhos brilhem.
Agora, sorria, tua estrela-guia está lá, reluzente a tua espera. Busque-a.
Uma dica essencial: tua estrela não é o que parece ser. Explicando melhor ela não é um objeto físico, assim sendo não é feita de matéria, mas de consciência.
Sim, senhor, senhora, senhorita. Edgar Morin nos fala da existência da “noosfera”, um espaço no qual habitam as idéias e os valores.
Assim é tua estrela, uma estrela-polar valorativa que mora na noosfera. Depois de tornar-se sabedor de sua existência tudo vai mudar. O primeiro sinal é de que há um sinal, sendo assim, você tem para onde ir.
Trate bem do teu caminho. Atenção e cuidado com ele, para que ele te sirva sempre de rumo à tua elevação.
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Das Condições Do Filosofar (I): Perder a Sensatez
A indignação, o espanto, a perplexidade, estes “estados de espírito” conduzem-nos à dúvida. Tiram-nos da segurança que os conceitos prontos e acabados nos proporcionam e nos jogam com vigor no tormentoso e incerto mar da filosofia. Afinal de contas, para que?!
Não seria melhor ficar quietinhos em nosso canto, assistindo a passagem das tragédias e tempos? Seríamos apenas espectadores, mas não qualquer um, de preferência, confortavelmente sentados num camarote antiangústia...
Só que decidimos filosofar. Indagar da natureza, e princípio último de todas as coisas. Deu no que deu, vivemos em estado de alerta, atentos a qualquer movimento mundano que provoque nossa infinita capacidade de interrogação.
Transformamos nosso pensar em um:?. E aí, o que ganhamos com isso? Dalmo diria que nada, relativamente nada. E ele continua esclarecendo-nos que todos seres que filosofam, demostram não estarem satisfeitos com sua situação atual, o que os conduz ao trabalho do esforço, da busca do nosso dever-ser. Isto é uma senda feita de luz.
O problema, não o único, mas o inicial, é que a porta desta senda é estreita. Para entrar nela, temos que parir uma mente flexível. Uma mente desta “espécie filosofal”, deixou de lado a sensatez, para ser sincero, embrulhou-a bem embrulhada e jogou-a, numa lata de lixo não-reciclável.
Abramos nossos espíritos, deixemos nossas mentes límpidas como um cristal. Amigos e amigas, o século XXI, é aqui e agora.
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O MAL É BOM, E O BEM CRUEL
Sábado de manhã, na padaria, conversando com o amigo Dalmo, descobri ser uma tarefa quase impossível, definir o bem e o mal.
Conversávamos a propósito da última novela das oito, “Laços de Família”, e quão pouco “família” eram algumas cenas e diálogos do dia anterior, ao mesmo tempo, o jornal informava que o número de doadores de medula para pacientes com câncer, havia aumentado em razão da novela. Afinal de contas, a novela era do bem ou do mal?
Acredito que bem e mal são, acima de tudo, conceitos complexos, interpenetráveis e complementares. Difícil, né? Sim, mas não tenho como dizer de outro modo. Durante nossa conversa de padaria, Dalmo trouxe à baila uma reflexão de Madame Blavatsky avisando que a fronteira entre bem e mal é o fio de uma navalha.
Exemplificamos esta afirmação com o sucesso de vendas dos livros do Dalai Lama, toda uma literatura de auto-ajuda anterior a este livro, preparou o terreno para a ampla aceitação destes livros. Para manter minha coerência, estou me segurando para não chamar de brilhante e excelente a “Arte da Felicidade”. Mas, pensando bem, qual o mal que há em dar opiniões?
Bem e mal, mais uma vez presentes. Será que nunca conseguiremos nos livrar deles? Acho que não, nossa estrutura humana é dual por natureza e essência. Assim estamos condenados a conviver com esse fio da navalha (bem/mal).
Para facilitar um pouco nossa existência, não julgue. Tenha como tarefa aprender a discernir entre os dois. Mas reconheça, como tudo nesse planeta terra, que ambos são relativos, passageiros, circunstancias e que a última de todas as verdades é feita só de bem. Um bem que nossa mera condição humana não permite sequer o mínimo vislumbre. Axé...
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A imaterial fé tornar-se-á matéria de estudo das ciências. Pode acreditar...
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Imprescindibilidade da Fé
Uma tecelã fiando no tear. Esta relação entre o mutável (fio) e o permanente (urdidura) é a essência da arte de tecer. O verbo confiar me lembra esta imagem.
Nós – homens, mulheres e crianças –, carecemos de uma urdidura para mantermos em movimento os incontáveis fios de nosso diário viver. Todavia, se já descartamos as absolutas certezas, onde iremos parar?
Creio que esta proteção e segurança não são frutos da razão, mas, resultado de um constante exercício da consciência. A razão depende da matéria e só se manifesta quando é capaz de provar, já a consciência requer nosso acreditar.
É aí que entra a fé. Precisamos dela para conseguirmos acreditar. Crer e praticar a fé são duas faces da mesma moeda. A fé é sempre uma relação bilateral, entre nós e algum projeto, pessoa ou força superior. Neste ponto, fé é confiar. Sua prática consiste em fazer sem aguardar recompensas ou resultados, e acreditando, mesmo assim, na importância do nosso ato. É isto um acreditar que se sustenta do amor.
Pois é, vejam vocês. Da fé passamos para o amor. Assim é ela, vai nos levando de um ponto a outro sem que saibamos como, nos conduzindo com sua sábia e carinhosa mão.
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AMOR AOS PEDAÇOS
Você sabe o que é o amor? Se souber explique-me caro leitor. Será que dá para saber? Saber amor.
Ora, mas não é a filosofia o amor à sabedoria?! Deveríamos, ao filosofar, conhecer o amor. É, vamos, então, devagar.
Amor é sabedoria, isso a filosofia ensina. Deste modo saber, e fazer um sábio uso da sabedoria é amor.
Será que fiz um gol?
Se vivemos é porque devemos aprender a amar, se amamos é porque devemos aprender a viver (diz o livro de Mirdad). Viver e amar estão estreitamente irmanados.
O amor é um conhecimento prático, não teórico. Assim, amar carece de prática.
Uma sabedoria prática, que nos joga, com toda força, para o dia a dia de nossas vidas.
Todas as manhãs acordar e estar disposto a amar. Todos os nossos atos podem estar preenchidos dele, ou não. Amor, como disse, é uma prática e também uma sabedoria.
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LAÇOS
Ser solidário é uma virtude tão imprescindível que nem deveria figurar como tal. Entretanto nossos tempos encontram-se totalmente imersos nas trevas, que carecemos chover no molhado.
Solidariedade liga-se a laço, o segundo é o início da primeira. Só somos solidários espontaneamente (existe outra forma?) quando somos sabedores de nosso essencial entrelaçamento e nos entregamos aos outros de coração aberto.
Nossa janela universo oferece-nos a possibilidade de inventar novos laços. Este fato é alvissareiro. É uma obrigação planetária fazer o melhor uso possível deste acontecimento. Nosso futuro comum agradece.
É hora de pensarmos numa auto-suficiência de englobe a solidariedade. Isto significa dizer que a ação solidária é uma das práticas que compõe o todo chamado: auto-suficiência.
Puxemos um fio que saia de nossos umbigos perpassando todos e todas, harmonizando-nos. Transformando o cosmos numa infinita rede de pérolas. Faça o primeiro movimento, segure firme o laço.
É incrível saber que se não tivesse feito algo, simplesmente este algo não existiria. É uma questão de poder fazer. A arte é condicional, voluntária, artificial. A vida é incondicional, involuntária, natural.[1]
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[1] DERDYK, Edith Linha de Costura. São Paulo: Iluminuras, 1997
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FIM
A palavra FIM aponta para dois significados: (1) término e (2) propósito.
O fim como término é nosso conhecido “The End”, ele está presente nas telas de cinema e nas nossas existências também. Tudo acaba, termina, encontra seu fim. Um inquieto leitor pergunta se existe, definitivamente, a finitude. A única resposta real e possível, é sim.
O questionamento profundo sobre nosso fim, acaba por chegar na pergunta sobre nosso fim. Como assim? A reflexão sobre nosso ser finito nos lança, com toda força, na busca do nosso propósito. Afinal, para que viver? Esta questão pode propiciar mudanças positivas da nossa atitude perante a vida: ”Comecei a compreender quão próximos da morte estamos todos nós na vida cotidiana. Mais do que nunca, agora tomo todo o cuidado de deixar que cada pessoa que amo saiba o que sinto.” [1]
Teilhard de Chardin afirma: “Somos seres espirituais numa aventura humana e não seres humanos numa aventura espiritual.”
O leitor inquieto, de certa forma, está certo. Não existe término para o eterno.
Viver é experienciar o mutável e o permanente, o animal e o divino, o finito e o infinito, o fio e a urdidura: a tessitura. O texto.
Escrever é costurar, incessantemente, as linhas que unem estas duas ordens.
Por ser matéria o texto presente, aqui acaba. Quanto ao espírito de natureza imperecível, sua contemplação carece do infinito...
espaço extensão indefinida é onde existe o sistema solar as estrelas o universo [2]
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Caminho
Caminho um espaço aberto que leva de um lugar a outro. Nós, humanos, caminhamos da vida em direção à morte, uns mais perto da vida, outros mais próximos da morte. Quem haverá de saber?!
Ninguém sabe. Todos sabemos, e é só o que nos é dado saber, que nascemos, vivemos e morreremos. O dia do nosso nascimento transforma-se no nosso aniversário, os dias que acordamos são dias de nossa vida, únicos, imprevisíveis, irreversíveis. Quanto a nossa morte, ela nos espera... só não sabemos quando.
Insisto tanto na questão da morte, porque ela é a certeza de nossa finitude. E é, precisamente, por sermos finitos que somos andarilhos. O movimento, a ação, o caminhar é que são nosso ser. Por sermos feito deste modo inacabado, e ao mesmo tempo, pronto a completar-se, que necessitamos da filosofia.
É a filosofia o nosso norte, nesta finita estrada de trevas, que nos conduz a algum lugar. Qual?
Pois é... Ouso dizer que esta não é a pergunta essencial. A essência talvez seja saber como caminhar e não para onde leva o caminho.
A pergunta a respeito da forma do caminho é feita antes de iniciarmos a nossa trajetória. Ela é um pressuposto de nossos passos. Um verdadeiro princípio existencial.
Abrindo, aleatoriamente, um livro de Lao Tse (o sábio ancião taoísta) recebemos a seguinte dica sobre nosso caminho:
“Ao largo do caminho, evita pensar na Unidade como algo extraordinário, elevado, sublime, transcendental.
Por ser a unidade, está para além de tudo isso.
É simplesmente a verdade, direta, essencial e total.” [1]
Respiremos um pouco para receber esta mensagem...
O aqui e o agora. O tempo-presente, o instante-já. É tudo o que temos. Este é o nosso ser.
A partir deste ponto é que devemos refletir. Definir nossos princípios, praticá-los. Esta lição é válida para todas as nossas trilhas...
Por hora, cheguei ao final. Antes de me despedir, deixo uma frase, em forma de brinde, de Pierre Lévy:
“A disciplina do instante é uma aprendizagem da paz.” [2]
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DEPENDÊNCIA-VIRTUAL
Dependência é ter necessidade do outro, ou de algo. A comunicação carece da dependência. Podem existir palavras, mensagens e alguém que as transmita, mas não havendo quem as receba... o ciclo perde a completude.
Diz o Direito que ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece[1]. Isto é uma ficção necessária para a vida das normas jurídicas, mas absurda no mundo das informações. Assim, quem não recebeu uma informação, não a conhece, porque não ocorreu a comunicação. Óbvio não?...
Parece, mas creio que nem tanto, pois os horrores da Internet (não os nomearei) são tantos, tão evidentes.... E nós, que queremos outras coisas, o que fazer além de denunciar?
Concluo que nossa responsabilidade maior é explicitar o que consideramos vital. Escrevo estas linhas para elencar as idéias vitais para fazer da Internet um espaço para a construção de uma nova ordem planetária. Estas idéias[2] devem ser reprisadas, cotidianamente, de todas as formas, para que se tornem parte de nosso ser virtual.
A primeira idéia (acima já esboçada), é a interdependência. Diferente da mera dependência, a “Inter” fala de uma dependência recíproca entre o emissor/receptor e o receptor/emissor. Um depende do outro, não existe sem o outro. Deve, pois, ter toda a consideração por todos os outros. Já que eles é que fazem nascer a existência presente.
Dizem os budistas que o universo como um todo é interdependente. Tudo está ligado, se mexermos num bambu na China, a seringueira da Floresta Amazônica sentirá. Desta idéia parte-se para a noção de compaixão e responsabilidade universal. Não estamos sozinhos, estamos todos na mesma nave virtual.
Estarmos todos juntos, dependendo uns dos outros, pode significar nada, ou pode propiciar-nos uma mudança. Tudo depende do nosso olhar. Para treiná-lo, o primeiro passo é abrir os olhos e adquirir esta consciência.
A consciência da interdependência. A ajuda mútua interplanetária “on line”....
“Não há saídas, só ruas, viadutos, avenidas.” (Régis Bonvicino)
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sexta-feira, junho 29, 2001
Aproveitando la oportunidade, estoy dando un descansito a la poesia propiamente dicha, para introducir en el mundo de la vida privativa. Tentarei ser suelto y espontáneo. Claro que esto proporcionará algún trabajito extra (recurrir más al diccionario) si bien nesse caso posso cometer errores, solamente peço te la compreension pues en ese caso estoy aprender una nueva lengua.
¡Y que lo disfrute tanto como lo disfruto yo al escribirlo!
No momento estoy totalmete cierto que no podemos manter un relacionamento real, pues las dificuldades de la lengua ou la distância (milhas en milhas - Km en Km) e la burocracia entre paises (nosotros). Estoy procurando ser o más exacto possible con precaución, como a cualquier cosa pequeña, pero sin medo. ¿Estas de acordo también? Pero ha vivido desde que te descobri na Internet finalmente un sentimento nobre e sincero, sin alguna enseñanza (*esto es malo). iQuando se alcanza a un amor verdadeiro começamos a ter, en tal caso, un comportamento muy aburrido, porque ni gente bonita, ni nada nos afeta! Así, lo mejor es acercarse, de tu amor...¿Crees que hay razón nisso? iSugiro que podemos aprovechar el e-mail e ver cómo en texto tan pequeno se puede decir tanto, y aprovechar lá celebración de la amistad,
un abraço
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Hoje falo com Roy amigo de Aruba estamos em transe!!!
CELEBRACIÓN DE LA AMISTAD
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quinta-feira, junho 28, 2001
INTERNET: A JANELA UNIVERSO
O filósofo francês Michel Serres batiza seu livro que se dedica ao estudo da era digital de ATLAS[¹] (um guia para entendermos uma nova geografia).
A janela está aberta e nós estamos olhando para este lugar que consegue ser todos os tempos e lugares num só momento.
A Internet é, literalmente, um universo (uno versus alia) a "unidade na diversidade". Uma única passagem (unidade), onde: bibliotecas, museus, cinemas, livrarias, galerias, textos, pinturas, arquiteturas, músicas, leis, artigos, comentários (diversidade) estão ao alcance de um clique.
Esta janela que permite tudo que foi dito, possibilita, também, o encontro. Imaginemos uma pequena cidade do interior, bucólica e ensolarada, uma alameda repleta de frutos e flores. Primavera. Nas primeiras horas da manhã, todos abrimos a janela. Janelas abertas aqui ou lá (a critério da imaginação de cada um) estamos olho a olho. Encontro realizado.
Nós, homens e mulheres virtualmente internautas continuamos humanos, estamos numa outra passagem, mas nossa humanidade, e a verdade intima de cada um permanece idêntica. Então o que muda a Internet?
A mudança real e presente é este comunicar diferente que engendra uma nova cultura. Este momento de transformação cultural carrega boa parte do velho e do antigo (a criminalidade e a pornografia virtual...) mas, ao mesmo tempo, aponta outros valores.
VALOR = Idéia-guia. A idéia que a Internet traz consigo, como uma semente, é a de que estamos todos ligados, sem fronteiras, numa rede ininterrupta e universal.
Idéia de interdependência, humana por excelência, virtual por circunstância. Reconhecer esta idéia como característica nossa (da espécie humana) vivenciá-la como sinal de humildade possível....
Paro por aqui, até a próxima. Por hora, vou fechando a janela.
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[¹] SERRES, Michel ATLAS . Paris: Éditions Julliard, 1994.
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Idéia e Conceito
4, o que é uma idéia ou um conceito?
4 o algarismo é um conceito que representa uma idéia, qual seja a do número quatro (tudo é número, diz Pitágoras), que pode ser representado por inúmeras formas = IV, IIII, etc. Deduzimos que conceito "são mecanismos mentais que permitem ao homem empreender, externamente, a luta com os desafios específicos da natureza externa e da realidade social"[¹]. Os conceitos são utilizados como ferramentas mentais que tornam possível o conhecimento por parte do intelecto, bem como a operacionalização da ciência em tela . O Direito é um campo do saber repleto de conceitos: constituição, legítima defesa, crime, bom pai de família, etc.
Todo conceito tem atrás de si, animando-o, uma ou várias idéias. O perigo é não diferenciarmos as idéias e os conceitos, visto que os dois são semelhantes, mas totalmente diversos "quem inventou o amor teve certamente inclinações musicais, tantas canções parecidas mas tão desiguais, são como as coisas da vida, coisas tão parecidas, mas tão desiguais..." [²].
Idéias e conceitos divergem na sua serventia e no modo através do qual eles se dão a conhecer. Conceito já vimos para que serve, idéias "movem o homem em direção ao confronto de suas duas naturezas devido ao seu poder de sustentar a ação do autoquestionamento total." Idéias são, portanto, ferramentas do autoquestionamento, veículos de crescimento pessoal e espiritual. Conceitos são apreendidos, podem ser guardados na nossa memória e os acessamos quando necessário. Já idéias são objeto de uma integral aprendizagem[³] requerem não um relacionamento professor/aluno, mas uma comunhão de saberes entre mestre/discípulo. Pitágoras na sua comunidade, Platão na Academia, Aristóteles no Liceu, Goffredo Telles Jr. no Largo de São Francisco, etc. A lista, felizmente, foi só exemplificativa...
A aridez existencial de nossos tempos tecnoburocráticos em grande parte é devida a conceitualização das idéias. Sufocam-se as buscas internas, hiperestimulam-se as atividades esotéricas. Deprimentes tempos em que NO LIMITE substitui SAI DE BAIXO.
Para concluir e a Internet, caros navegantes, queridas internautas o que é? Para mim, idéia de um novo espaço cósmico...
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[¹] NEEDELEMAN, Jacob. O Coração da Filosofia. 2 ed. São Paulo: Palas Athena, 1991, p.51
[²] Inclinações Musicais. Música de Geraldo Azevedo.
[³] Em Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres. Clarice Lispector nos fornece pistas de como vivenciar a idéia de amor.
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A primeira vez que a vi, esqueci. A segunda, trocamos nossos e-mails. Eu, logo chegando no meu micro, enviei um lindo poema. A terceira vez que a vi, ela passeava linda e faceira nas alamedas floridas da minha imaginação. Eu abria a janela e mandava para ela tudo do bom e do melhor que havia dentro do meu coração.
Em troca, recebi um balde de água gelada. E que balde! Ainda bem que não foi cara a cara, chegou pelo correio-eletrônico, mais suportável. Veio em forma de um texto pequeno, dirigido a mim, no qual ela repetia, por dezoito vezes, a palavra amigo[1] . Nunca esta palavra me pareceu tão sem graça.
Depois deste trágico incidente, acima narrado, tomei uma sábia providência: tudo que disséssemos via e-mail não poderíamos comentar pessoalmente, ou por qualquer outro meio de comunicação. Outra decisão tomada: daquele dia em diante estava proibida a palavra amigo (nos e-mails, é claro).
Perdi a namorada (se é que a gente perde alguma coisa que nunca chegou a ter) mas ganhei a minha primeira @miga!
A @mizade é muito rápida, velocíssima, instantânea! É uma outra forma de contato, a qual ainda não estamos muito bem acostumados. E permite-nos expressar facetas do nosso ser, que se não fosse esta janela, ficariam totalmente encobertas.
A regra de só responder e comentar e-mail, via e-mail, faz com que esta nova janela seja vista como uma fonte de novas formas de relacionamento.
Outro dia um @migo psicólogo, que não encontrava há décadas, mandou-me um e-mail cujo texto era uma reflexão pessoal sobre a legitimidade dos sentimentos humanos. O e-mail termina com a seguinte expressão: “botei-o como um ovo”.
Tenho certeza que se não fosse esta janela, este ovo não iria ser botado.
Prezado @migo, querida @miga, até breve, estou fechando a minha janela. Convido-o (a) para um chá, ou quem sabe, um chat?
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Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
"Pablo Neruda"
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As criaturas que habitam esta terra em que vivemos, seja elas seres humanos ou animais, estão aqui para contribuir, cada uma com sua maneira peculiar, para a beleza e prosperidade do mundo.
"Palavras de Sabedoria - Sua Santidade, o Dalai-Lama - Renuka Singh"
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quarta-feira, junho 27, 2001
Sonhos...
Este poema é dedicado ao Jorge
Todo ser humano possui sonhos.
Sonhos grandes, sonhos pequenos... sonhos...
Sonhos nascem a cada dia...a cada hora...
a cada minuto...sem percebermos um sonho nasce dentro do nosso coração...
Sonhos nos motivam a viver,
a continuarmos caminhando...
Vivemos na verdade na busca da
realização dos nossos sonhos...
Às vezes,
pessoas que estão ao nosso redor
tentam matá-los com palavras de pessimismo.
Acham que, se não podem realizar seus sonhos,
as outras pessoas também não merecem realizar os seus. Puro egoísmo...
Muitas vezes, achamos que não
conseguiremos realizá-los,
que eles estão muito distante de nós...
Ou achamos que não merecemos,
porque não somos ninguém...
Se não acreditarmos neles,
os perderemos ...
Temos que tirar do baú os sonhos,
caso contrário,
eles envelhecem e assim não
conseguiremos mais realizá-los.
A realização vem pela luta, esforço e persistência...
Caminhar ao lado de pessoas que nos
motivem a sonhar e a persistir nos mesmos
é muito importante...
É um passo para a realização deles...
Mesmo que tudo o leve a pensar que
parece impossível, não desista do seu sonho. Busque forças dentro de você.
Acredite que tudo pode acontecer quando desejamos do fundo do coração...
Acredite na beleza dos seus sonhos
e na capacidade de realizá-los...
Você é capaz !!!
Sonhe sempre.
Nunca deixe de sonhar...
e você será sempre um vencedor...
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"Nossas dúvidas são traidoras e nos
fazem perder o que, com freqüência,
poderíamos ganhar, por simples medo de
arriscar."
William Shakespeare
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Puxa gostei tanto que não queria parar ... de tão bom!!!!! Agora de volta a Garganta da Serpente!!!!
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A curiosidade mata.
Giuliano
O "apostar", sempre me causou incomodo, desde a infância; de lá p/ cá, quando me apercebo, estou incomodado com esta forma explicita de auto afirmação, uma competitividade extremamente narcisista, basta observar que quando se ganha,, o prazer é duplicado ao se satisfazer pela "APOSTA"(postar-se a frente) e por derrotar a outro ou a si mesmo. Desta forma de satisfação me veio o termo "Autocentrimo", dissequem ao belo prazer:
"A CURIOSIDADE MATA"
Em uma sala escura estão 10 cadeiras, postas de frente p/a parede,
de forma que as pessoas se sentem de (desenho)costas ao centro da sala.
Os presentes são APOSTADORES autocentricosnarcisistas,excentricos excravos do próprio ego,
escolhidos selecionados do vi-cio ou virtude do seu ser ou estar a mercê do "destino".
Prontos e ansiosos a vencer e derrotar a derrota.
As luz surge fraca, amarela como ópio à ansiedade, as cadeiras se voltam ao
centro do casino bizarro, todos imobilizados em suas cadeiras elétricas,
pernas, mãos e cabeças atadas por cintas de couro, as bocas seladas por
fita, submissos estáticos aguardam o duelo com o inesperado.
Eis que entram os "croupiers", jalecos brancos e máscaras de couro negras
com aberturas apenas nos olhos invisíveis, adentram no recinto com uma
pessoa vendada, o estado de topor é seu acalento, pois está condenada a
girar na "roleta", está sim é indiferente a toda sorte ou azar, sempre
vence! Óh! Quizera todo APOSTADOR ser roleta.
Que comece o JOGO:
O homem traz no peito um destacado cricifixo que se
sobre sai as vestes pretas, não é jovem, tão pouco idoso.
Este é deitado em uma grande e pesada cruz, aos quais lhes são pregadas as
mãos e os pés, içado ao teto por correntes presas ás extremidades da cruz,
permanece fluindo-lhe o sangue.
Agora é posto ao chão; colocado abaixo , uma outra cujo estão encrostadas,
várias cruzes menores, uma verdadeira cama de "faquir" ao modelo das
torturas feita pela inquisição.
SEJAM FEITAS AS APOSTAS:
Cada APOSTADOR tem direito a uma aposta, esta será feita ao toque do
botão em sua cadeira, um toque p/ cima a Cruz suspensa permanece; um p/
baixo ela virá de encontro à cama de faquir....
. . .
Um momento...
Luiz Araújo Santos
O acontecimento em si não o perturbava particularmente. Nunca buscara a explicação, o motivo, a origem do fenômeno. Nunca entendeu e nunca fez questão alguma de entender!
O que o atormentava era não lembrar o exato momento em que acontecera pela primeira vez. O lapso, o
esquecimento em sua memória daquele instante de vida, apagado por capricho de tramas eletroquímicas em seu cérebro, essa era sua questão.
O fato é que toda vez era assim: a compulsão, o desejo atordoando a cabeça e o tesão estrangulando o pau; a boca seca, coração disparado e suor nas mãos.
Após alguns minutos de máxima expectativa, a explosão e o alívio. Em lugar do sêmen, letras eram cuspidas pelo seu pênis. Quanto mais longa a ejaculação, no lugar do esperma branco e viscoso, poderia sair o suficiente para formar palavras inteiras.
Seduzido pelo fenômeno chegava a tocar uma punhetinha só para ver o efeito daqueles caracteres cuspidos, saindo como se puxados por um fio invisível, em fila indiana. A primeira letra carregando a segunda, esta a terceira e quantas fossem mais.
Rebeldes e caprichosas, em vez de obedecerem à gravidade do planeta e caírem ao solo em inexorável atração, as letras esvoaçavam como se à procura do lugar mais apropriado possível, onde grudavam-se. Era estranho, mas gozado e lúdico, acompanhar a desordenada levitação do enxame de letras até o seu destino, onde se ordenavam disciplinadamente formando legível escrita gráfica.
Decidiu não contar para ninguém, com medo de que o tomassem por louco. Nem mesmo procurou um médico.
Sobretudo receava que, em ambiente com situação controlada, monitorada, o efeito não se repetisse, fortalecendo para qualquer um que, de fato, ele era um doido varrido. Assim, calou-se.
Seduzido pelo vôo mágico, pelo inusitado, pela curiosidade ou simplesmente porque não queria furtar-se à sua compulsiva e solitária busca de satisfação, deu de ombros a cada nova pichação, fosse lá onde quer que fosse...
Quando tentou remover as primeiras inscrições, percebeu que, ao contrário da gosma masculina, as palavras não saíam facilmente dos locais em que se grudavam. Manchavam e permaneciam como tinta. Bem que tentou: cândida, solvente, soda cáustica... Nada adiantou. Retinta, a impressão ficava, indelével, sobre a superfície: intacta.
Assim a casa passou a ser ocupada por consoantes e vogais, em uma diagramação arbitrária, porém não aleatória. A princípio, eram inscrições desconexas, palavras inacabadas e soltas em um canto qualquer. Mas aos poucos tornavam-se compreensíveis à medida em que se completavam.
As palavras tornaram-se fragmentos de frases, por sua vez também incompletas. Mas em algum momento da "constelação de alfabeto" que se formava, percebeu um princípio qualquer de sentido nas palavras soltas e frases ou parágrafos em construção.
Começou a anotar as inscrições, tentando montar, como em um quebra-cabeça, um mosaico reconhecível. Ao fim de algum tempo percebeu a trama de uma história que se desenrolava. Nessa altura, dedicava-se cada vez mais a conseguir a matéria prima necessária, sem a qual não poderia pegar o fio da meada. E eram ruivas, louras, morenas, negras e orientais.
As escritas multiplicavam-se sobre toda superfície interna da casa. Seios, ancas largas; magras, bem torneadas; negras e novas, mulatas, brancas e velhas. A história em dias avançava, em outras horas não. Todo o kama sutra em devaneios. Harém virtual, possibilidades ainda não exploradas...
Mergulhou na floresta de significados e formas e relato que o seu esperma ia construindo, de certa forma alheio à sua vontade. Era uma história, sem pé nem cabeça, de um sujeito igual a ele, que soltava letras pelo pau.
Passou a conhecer daquele estranho íntimo os traços da vida: sabores, desgostos, alegrias, esperanças perdidas, vilanias cometidas, os medos, grandeza, pavores, pequenos prazeres, descobertas, angústia: a lembrança de imorredouro pôr do sol em um dia na infância, cujos detalhes estavam preservados, banhados de luz...
Como de estalo, em sua mente clareia aquele instante que tanto buscara, a partir do qual ele próprio passara a ejacular palavras. Nesse momento, levantou a cabeça, olhou em volta e percebeu a casa limpa das inscrições, como se nunca houvessem estado ali.
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A TV do meu país é uma fraude,
não que não tenha nada que se salve,
enquanto a qualidade da programação afunda,
o único produto realmente nacional é bunda,
que quanto mais redonda mais traz fama,
o resto é estupidez norte-americana.
É como falar que o PIB sofreu aumento
numa revistinha do Chico Bento.
Num país onde se deveria ensinar a driblar a fome
se fala de dietas e plásticas com médicos de renome.
Um assunto, que além de imprestável,
faz alusão a um mundo descartável,
no qual corpo tem defeito
e não deficiência
e as mulheres trocam de peito
com freqüência.
Isso não é Fantástico?
E aonde fica a diferença entre o que é plástico e de plástico?
Só sei que a cultura cada vez mais incerta
mostra que uma coisa é certa:
O que vai dentro da cabeça,
com bisturi, não se conserta.
por Órion V.
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HUMOS Paulo Bullar
Imagem 1
Elefantes pastam tranqüilos, observam as zebras que correm alegres por entre os arbustos. Duas girafas se entreolham apaixonadas, inclinando suas pestanas compridas e curvas. Nuvens brancas passeiam através do azul brilhante.
A Floresta
A Floresta é predominantemente verde, alguns focos marrons, alguns poucos focos azuis. Boa parte das árvores são longas e finas; estas servem de residência para os macacos. Nos arbustos azuis vivem os ratos e as cobras. Alguns animais importantes: leões, zebras, girafas, cágados arteriais e elefantes.
Imagem 2
Macacos mijam com raiva. Os ratos, mais arredios, permanecem em suas tocas.
Zebras, Girafas e Elefantes
A importância desses animais é essencialmente estética.
Os Macacos
Eles são nervosos, confusos, incontroláveis, rebeldes, anarquistas por natureza. Punheteiros e bissexuais assumidos, os macacos são seres escatológicos e hedonistas, desprezam a autoridade dos leões, zombam dos ratos niilistas e consomem pó-de-estrela, droga alucinógena.
Os ratos
Os ratos não costumam sair dos arbustos azuis, a não ser para caçar ou tomar sol. Os maiores chegam a atingir cerca de um metro de altura e, em sua maioria, têm penugem cinzenta. Muitos deles possuem feridas provocas pelos cágados arteriais, animais grotescos e demoníacos. Alguns ratos, por falta de higiene, ostentam feridas infectadas rodeadas pela penugem cinza e escassa; muitos morrem de infecção. Eles se odeiam e odeiam todos os animais da Floresta de Humos, sem exceção; são seres solitários e problemáticos, muitos são psicóticos. De fato, não é raro encontrar um macaco ou algum outro animal de médio porte esquartejado por um rato psicótico em meio à folhagem.
Imagem 3
Nove macacos armam uma armadilha e capturam uma leoa, amarram-na, imobilizam-na com incrível habilidade. A leoa ruge raivosa mas os macacos não se apavoram, acham graça, zombam da fêmea indefesa. Nada que a dominada leoa possa fazer. O mais velho e experiente dos macacos penetra a vagina da leoa com agressividade e desejo. Após a ejaculação, o macaco em questão se afasta e, enquanto os outros oito vão à forra com a leoa, assiste a tudo passivamente, sorvendo uma punheta lenta e silenciosa.
Os Leões
Os leões andam em bando e são, talvez, os animais mais felizes da Floresta. Um bando de leões pode ser formado por até trinta componentes, sendo que quase todos os componentes são leoas, já que em cada bando participam no máximo dois leões. Os leões passam o dia quase todo dormindo e, quando estão acordados, comem, bebem, cagam, mijam, trepam, se masturbam na relva úmida, fodem e voltam a dormir, não necessariamente nessa ordem.
Imagem 4
Um enorme rato cheio de feridas infectadas caminha lentamente através dos arbustos azuis. Moscas e insetos se locomovem sobre sua penugem cinzenta e irregular. Seus olhos amarelados não parecem esperançosos quanto às suas possibilidades. Chiando baixo, o rato deita com dificuldade sobre um monte de folhas secas e espera conformado por sua morte. Gravetos se partem com o peso de seu corpo.
Os Cágados Arteriais
Os cágados arteriais são animais pecaminosos e traiçoeiros. Por serem muito lentos, atacam suas vítimas quando essas estão dormindo. Esses animais se alimentam essencialmente de folhas de arbustos azuis e gravetos, porém, às vezes, provocam feridas purulentas nos ratos, atacando suas artérias.
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IRIS CINZENTA Por Lygia Lee
1) Seus olhos cinzentos passeavam pelo quarto mal iluminado. Uma luz diáfana entrava pela porta entreaberta da varanda e pelas paredes, sobre os móveis, podia-se ver pequenos objetos, fotos desenhos e quadros, impregnados das cores de que ela tanto gostava. Era um dia de inverno, cinza e garoento e um vento intermitente que insistia em entrar por todas as frestas imagináveis, gelava-lhe o corpo e a alma.
Aquelas cores vivas que escorriam dos móveis dos móveis do seu quarto, estavam cobertas por um pó fino, que lhes tirava o brilho. Eram como cores antigas, que perderam a graça. E ela se sentia assim também.
Parecia que sua cabeça estava vazia e esse grande vácuo lhe dava a sensação de que tinha perdido a conexão consigo mesma. Não pensava, porém, no futuro, nem no presente. Só em um tempo que na verdade, não existia.
Olhar no relógio tinha se tornado um vício. E as horas que ela via escorrerem na ampulheta do tempo, só lhe causavam mais melancolia. Sua vida estava passando, mas ela não estava lá. Parou na porta da varanda, observou as pessoas que andavam pela rua. Então se dirigiu para a cama, se enfiando no meio dos cobertores quentes da sua alienação.
Cinco minutos de pois, estava dormindo.Dormiu e sonhou um sonho estranho.
2) Chovia. A porta da varanda abria e fechava com a violência do vento. Ela acordou, calçou os chinelos velhos e ainda sentada na cama acendeu um cigarro. Deu um trago vigoroso e sentiu a fumaça penetrar-lhe os pulmões.
Então levantou-se e foi para a porta da varanda. Foi aí que percebeu o primeiro fato estranho: apesar da tempestade, o dia estava claro, ensolarado. Mas era um sol esquisito, claro demais.
Quando virou-se, sentiu o corpo um pouco pesado, teve dificuldade de andar e maldisse a hora em que havia comprado um colchão tão duro.
Foi para a cozinha, bebeu um pouco d'água. Pensou em comer alguma coisa, mas estava completamente sem fome.
Virou-se então em direção à janela, por onde entrava a luz estranha do sol estranho. Foi então que sentiu uma vontade inexplicável de sair. Era uma vontade que não sentia há muito tempo e que lhe causou uma euforia enorme. Foi para o quarto, se vestir. Apanhou a roupa pendurada na cadeira: uma blusa vermelha, de lã, calça jeans, meias compridas e um tênis velho.
Teve certa dificuldade para botar a roupa, pois sentia ainda aquela impotência dos músculos.
Ao terminar, nem se preocupou em lavar o rosto ou pentear os cabelos. Tinha uma urgência em sair daquela casa e andar, andar, andar.
Ao chegar na calçada, percebeu que havia parado de chover. Tanto melhor, pois tinha mesmo esquecido o guarda-chuva.Começou a andar pela rua à esmo e se sentia tão feliz com isso que nem se deu conta de quão diferente estava aquele lugar.
Costumava ser uma avenida movimentada, cheia de gente, carros e poluição visual. Nesse dia, porém, estava tudo muito calmo. Não havia lojas, nem carros, só pequenas casas, antigas e bem cuidadas. Um grupo de crianças brincava na rua. Elas riam e cantavam e corriam.. E foram justamente essas crianças que a tiraram de seu torpor. Olhou para elas e sorriu, depois foi passando os olhos, boquiaberta, pelo asfalto novo, pelas casas calmas, pelo seu estupidamente azul. Alguma coisa dentro dela lhe dizia que aquele lugar não era assim até bem pouco tempo atrás. Pensou nisso calmamente, mas se sentiu desesperada ao perceber que não conseguia se lembrar de como era aquilo tudo antes.
Quis correr, se afastar do que achava ser uma alucinação, e ao dar o primeiro passo, sentiu novamente as pernas tremerem, sem firmeza, mas se esforçou em continuar.
Quando já estava alguns metros à frente, um dos meninos que brincava na rua lhe segurou pela blusa, ofegante: - Ei, senhora! A senhora deixou cair isso aqui lá atrás - e lhe estendeu um papel amarelado. Era uma fotografia velha.
"Senhora?"- pensou ela - "mas eu só tenho 23 anos!"
- Escuta, o que está acontecendo aqui? - perguntou ao menino, estendendo a mão para pegar a fotografia. Mas sem dar resposta, ele saiu correndo de novo.
Ela olhou para a fotografia amarelada e se viu ao lado de um de seus quadros. Mais não foi esse o fato que lhe deixou mais estupefata: as mãos que seguravam a fotografia eram mão de uma velha de, pelo menos, uns setenta anos. Enrrugadas, com as veias expostas sob a pele fina. Tocou seus olhos e sentiu sulcos profundos em sua pele.
Teve uma vertigem e caiu no chão, chorando.
Olhou em volta para ver se havia alguém, que pudesse lhe explicar o que estava acontecendo. Mas não tinha ninguém. Não haveria no mundo rua mais deserta do que aquela.
Lembrou-se então de que sempre carregava um espelho consigo e começou a procura-lo em sua bolsa, nervosamente.
Tinha uma necessidade gritante de ver aquela imagem que agora lhe parecia tão distante. Achando o tal espelho, pode confirmar o que já havia sentido: ela estava velha mesmo, e uma velha desgastada, acabada. Seus cabelos, antes tão lisos e negros, escorriam pelos ombros em largas mechas brancas. Os olhos pareciam como que atacados por cataratas, com aquela película branca escondendo o azul cinzento. Ligando os fatos, percebeu que seu corpo já havia lhe dado vários indícios daquela repentina decadência: o cansaço, a sensação de impotência muscular, não eram, com certeza, conseqüências de uma noite mal dormida. Era velho esse corpo que abrigava sua alma jovem... Jovem?
Examinando seus pensamentos, percebeu que também pensava como uma pessoa velha. Porém, essa constatação não lhe parecia uma coisa inusitada. Sabia que sempre tinha sido assim, mesmo sem saber em que tempo esse "sempre"se localizava.
Foi quando sentiu o peito sufocar. Tentou se levantar mas seus músculos já não a obedeciam mais. Foi então se sentindo mais e mais fraca, até deitar-se totalmente. As imagens foram ficando turvas, mas ela não conseguia descolar os olhos daquele azul insano do céu. Tentou olhar mais uma vez para a imagem refletida no espelho caído ao seu lado, mas viu só um clarão e seus olhos se fecharam.
Ela morreu.
3) Acordou num sobressalto, chorando. Lembrava-se tão nitidamente do sonho que teve, que não tinha como se controlar.
Levantou-se, cambaleante e foi abrir a porta da varanda. Aí percebeu que não estava mais tão frio e um solzinho mormo de inverno veio beijar-lhe a pele. Sentia-se leve. Levantou a mão até a altura dos olhos; a pele lisa e branca, meio rosada. Foi até o guarda roupa e abriu a porta, onde havia um espelho bem grande. Admirou sua imagem por alguns instantes . Foi quando prestou atenção em seus olhos, mais especificamente em sua íris cinzenta. Aproximou-se mais e olhou bem lá dentro...
E viu bebês.
. . .
Dogma 95.000 por Ricardo Bellissimo
Eu, como muitos desta cidade, tenho um amigo que aprecia artes e gosta de acordar depois do meio-dia, arredio que são a trabalhos em escritórios ou locais onde se exige, no mínimo, um Dockside Samello.
Foi então que Rodésio Antunes - esse meu amigo, que nem cineasta é - decidiu realizar um filme nos mesmos moldes do Dogma 95, essa quase extensão daquilo que já se imbuía o cinema novo com a sua filosofia de uma idéia na cabeça e uma câmera na mão.
Meu amigo Rodésio, enfim, vislumbrou nessa onda cinematográfica sua maior oportunidade para pegar carona na incipiente, embora tosca, retomada do cinema nacional. Discussões à parte, o fato é que Rodésio estava convicto de levar seu projeto adiante. No fundo, eu sempre achei que ele tinha um talento apurado. Orçamento baixo, arrematou ele, argumentando ser esta a única forma de realizar qualquer coisa neste país de safados impunes. Depois continuou me explicando que a nossa realidade já é, em si, naturalmente dramática: prato cheio para comover os olhos de qualquer jurado em Cannes, frisou. Eu não disse nada, apenas ouvia seus comentários. Rodésio é um cara legal.
Em todo caso, ter um amigo apreciador de arte mas sem grana suficiente para apreciá-la, não é fácil. Causa uma certa angústia. Ainda por cima com este nome, Rodésio, que sempre me faz evocar os reis do riso ou protagonistas de tragédias imemoráveis, dessas que não sobram ninguém vivo no último ato. Até tentei associar este nome nos créditos finais do seu filme enquanto me falava do seu projeto, mas só depois me lembrei que a alcunha do diretor, segundo os princípios do Dogma, não pode constar nos créditos finais. Não importa. Rodésio é boa gente, um talento apurado, continuava pensava.
Além do mais, Rodésio conhece pessoas influentes no meio que inclusive poderiam lhe emprestar uma câmera sofisticada, digital. E, de quebra, sabia de lugares que lhe fariam um preço especial na hora da edição. Muito ótimo, ele disse, na última vez que nos falamos ao telefone antes da série de catástrofes que estariam porvir. Ao final da conversa, arrematou num tom irônico de que ainda ele, Rodésio Antunes, haveria de colocar Lars Von Trier (o diretor de Os Idiotas) nas chinelas. Assim mesmo, nas chinelas, ele frisou, afastando o cachorro sarnento do seu pé nesse momento com o mesmo chinelo que, aliás, lhe inspirara proferir esta infeliz citação. Que pretensão, hein, Rodésio, quis falar, mas preferi deixá-lo auspicioso, mesmo porque nessa hora eu estava dando uma garfada num bacalhau requentado.
Após uma semana da nossa conversa, Rodésio voltou a me ligar. Não sei por que ligava só para mim para dizer suas coisas, boas ou más, embora sempre prevalecessem as ocorrências mais trágicas no seu caso. E sempre aparecia aquele cachorro sarnento, que ganhara aos nove anos da avó, e ainda velhinho insistia lamber sua micose crônica. De qualquer modo, eu funcionava como uma espécie de apaziguador xamânico para seus ânimos, na ótica dele. Assim, mais uma vez, me preparei para ouvir os lamúrios de um amigo. Afinal, o que é a vida sem as amizades?
Então veio a primeira bomba: Rodésio havia batido o carro da irmã (perda total) enquanto guiava e gravava as primeiras externas do seu dogma tupiniquim. E, pior: o dono do outro carro era um verdadeiro armário, ele comparou, um sujeito com uma cicatriz imensa no rosto e um visível apreço por anabolizantes impiedosos. Ao fim e ao cabo, a situação havia se resolvido com o troglodita dando-lhe o prazo de uma semana para pagar o conserto da sua pick-up envenenada.
Tudo bem. Rodésio dará um jeito, ele disse, falando em terceira pessoa de si mesmo. Venderia o seu aparelho de som, mais alguns Cds, embora isso sequer cobriria as lanternas arrojadas daquele veículo. O importante, ele ressaltou, era não desanimar. Concordei, aconselhando para não repetir a façanha de guiar e gravar ao mesmo tempo. Como não bastasse esse incidente dispendioso, mais tarde chegaria na casa da irmã uma multa por estar conduzindo o automóvel com apenas uma das mãos. Pobre Rodésio: duplamente azarado. Quer dizer, triplamente, pois a câmera que havia pego emprestado se espatifou no vidro do pára-brisa. Uma fortuna, a câmera. Mas isso, ao menos, não precisava dizer de imediato para o amigo que lhe emprestara. Daria um jeito de enrolá-lo mais alguns dias. Mas que jeito?, ele me perguntou dessa vez achando que, no lugar de xamã apaziguador, eu poderia funcionar como oráculo às suas dúvidas mais melancólicas. O que eu poderia lhe emprestar, na verdade, poderia no máximo cobrir a primeira parcela de uma câmera do mesmo modelo. Já é alguma coisa, ele disse.
Persistência era o seu nome, foi o que Rodésio me garantiu, sem eu falar nada, quando conseguiu emprestada outra câmera sofisticada, digital, de mais um conhecido. É bom ser bem relacionado, ele advertiu.
Passaram-se mais dois ou três dias, e Rodésio voltou a me ligar. Foi então que veio a maior bomba: relatou que estava desesperado, sem dormir, pois não sabia o que fazer para pagar a hospitalização de uma velhinha que, após dias de insistência para conseguir gravar as primeiras cenas em uma casa de repouso, lá em Perdizes, ele escorregou numa pantufa felpuda, com a sola aderente arrebentada, de uma velha mal-humorada que, segundo Rodésio, não tinha ido com a cara dele só porque ele havia roubado a sua atenção. E, talvez, por isso a maldita velha tenha deixado a pantufa propositalmente num lugar estratégico para acontecer o que, de fato, aconteceu: a coisa felpuda foi deslizando como sabão pelo taco, e quando ele, Rodésio Antunes, aspirante à cineasta independente, se deu conta já era tarde demais. A câmera sofisticada, digital, já estava voando de suas mãos, indo cair bem nos pés da simpática dona Eugenia, oitenta e dois anos. Putz, foi o meu único comentário.
Para agravar ainda mais a situação, a família de dona Eugenia estava atrasada com as parcelas do seu seguro-saúde. O genro da coitada, desempregado, não podia desembolsar um tostão para o engessamento, quanto mais para as radiografias da tíbia fraturada. É a crise, retrucou num tom áspero, advertindo Rodésio de que ele precisava pagar o hospital no máximo em um mês. Se vire, moleque!, concluiu o cara.
O fato é que Rodésio achou que ia ser sopa gravar meia dúzia de anciãos babando, sem nenhum truque, um Tanjal aguado. Já imaginou a câmera propositalmente trêmula, o efeito que não vai dar, ele disse, empolgado, poucas horas antes do acidente. Pensou que estava imune às eventualidades do destino, afinal as cenas na casa de repouso deveriam durar no máximo quinze, vinte minutos. Coisa rápida, conforme garantiu ao casal responsável pelo lar de anciãos, que só aceitou quando após pedir uma ajuda simbólica para o leite desnatado, com Ômega Plus, para os velhinhos.
Rodésio, apesar de tudo, não perdeu o humor. Com alguns processos nas costas e outra idéia na cabeça, diz que ainda vai concatenar o próprio making of dessa sua odisséia artística, desastrosa, para depois esfregá-la na cara dos órgãos que financiam projetos culturais. Quer mostrar o quanto a sina de um brasileiro, com pretensões artísticas, pode e deve ser acreditada. Pensa até em fazer escola para toda uma geração de novos cineastas gravando as dificuldades, in loco, de se fazer um filme no Brasil. E poderá até se chamar, como já me antecipou, Dogma 95.000 : uma alusão às despesas astronômicas para o seu padrão, com as quais, ele, Rodésio Antunes, ainda terá que arcar.
E se tudo dessa vez der certo (como, de fato, Rodésio Antunes acredita), esse protesto deverá ser o marco na história do nosso cinema. Um manifesto político num país que, à beira de um novo século, continua valorizando só bundas siliconadas e jogadores nervosinhos de futebol.
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A COZINHA EXPERIMENTAL DO DR. SILVESTRE
por Giancarlo Lorenci
À solta pela cidade se encontra um perigoso indivíduo, capaz de transformar sucata eletrônica em música. Seu codinome: Dr. Silvestre. Circular por sebos que vendam LP's usados e brechós de componentes eletrônicos pré-históricos são suas atividades preferidas. Esse elemento atua camuflado sob pseudônimo desde os tempos da Cachatúria ... Bem, eu explico melhor, Dr. Silvestre é como gosta de ser chamado Eloy Chiquetto.
O divertido personagem resume bem seu bizarro processo de criação que transita entre artes diversas. Além de sua atuação sonora, onde se percebe seu talento como inventor musical, espécie de combinação do Prof. Pardal com Hermeto Pascoal. Ele também é o criador do incrível mundo do Prof. Silvestre", constituído pelo país imaginário de Cachatúria e seus habitantes, representados em fotos com efeitos 3-D feitas utilizando um primitivo processo técnico
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Espera
Pedi uma caneta a um garçom. Nestes tempos de tendinite, tenho que me acostumar a coisas como canetas.
Os garçons já começam a se preocupar comigo. Faz hora e meia que estou sentado aqui, já cheguei à quarta cerveja e, se não fosse essa mania de acoplar-e-retirar cinzeiros, eu saberia em qual cigarro estaria.
A manobra do cinzeiro é interessante. Já que a intenção é manter tudo fresco e limpo, porque não me trocam a cadeira? (Sua cadeira já está quente, senhor... quer trocar?). Talvez não façam isso porque teriam que falar comigo e perderiam a indispensável invisibilidade.
Escrevo no guardanapo e ouço uma voz feminina lá fora, na calçada. Não é ela. Ela não falaria. Viria sozinha e, portanto, não falaria. Se falasse sozinha, não viria.
Seal vem da caixa acústica, mas mal se ouve. Pediu ao Kurt Cobain que saísse e assumiu o cone do falante. Cantante? Alto-cantante? Não, melhor dizer baixo-cantante.
Não estou sozinho, meus problemas vieram.
Uma buzina tocou na rua. Não pode ser ela, não viria de carro, me disse que dirige mal. Qualquer um dirige bem quando a distância a se dirigir não passa de um quarteirão, mas ela diz que dirige mal, e que mora a um quarteirão daqui. Não, não pode ser ela.
(Trocaram meu cinzeiro. Um dos invisíveis fez a manobra do acoplar-e-retirar e o cinzeiro ficou limpo. Minha cadeira continua quente.)
A coisa me incomoda menos enquanto escrevo. Não a tendinite, a espera. Nunca mais na vida vou esperar sem escrever. Fica quase bom. Chamam a tendinite de LER. Ler nunca me fez mal aos tendões.
Até a loira está preocupada comigo. Ela fica só vendo a que horas eu vou desistir e levantar. Eu cheguei aqui dizendo que ia esperar uma pessoa. Eu e minha boca grande...
Mas não estou fazendo nada que mereça desistência: estou esquentando uma cadeira, tentando sujar um cinzeiro, esperando uma maluca que eu não sei se virá e escrevendo sobre guardanapos, feito um pateta. Não tenho nada pra desistir, estou quase gostando.
Agora é o Sinatra que diz que got you under my skin (a dele, não a minha). Under my skin, só tem o pano quente da cadeira. Não vou rir porque já adquiri um pouco de invisibilidade e não quero que a loira volte a prestar atenção em mim.
Que pé no saco!
Três das cinco cervejas que bebi já estão indo em direção a um dos rios que atravessam a cidade. Por aqui só ficou álcool, que vai saindo pela ponta da caneta.
Vingança! Comi a última batatinha frita! Já era boa, ficou melhor com o tempero.
A loira continua preocupada. Agora rói uma unha. Fui despachar mais uma cerveja para o rio e, na volta, ela sorriu pra mim. Deve ser paga pra sorrir.
Agora é La Vie en Rose, mas não é madame Piaf, é outra chata. Acho que bebi demais: estou achando que a loira é bonita. Vou pedir um guaraná. Diet.
Eu queria que ela chegasse. Eu queria não estar aqui.
Menti. Deixei vir mais uma cerveja. O garçom foi tão suplicante ao me oferecer outra cerveja, que eu achei que ele consideraria meu guaraná diet uma ofensa pessoal.
Se a bosta do telefone dela não estivesse ocupado... Pensando bem, é melhor que esteja.
Tem um cara cantando algo como Dance in the old fashioned way e isso me lembra o pouco que ela me lembra.
Onde ela está, porra?
Já disse que trocaram o pratinho com as batatas? Se disse, é porque bebi demais mesmo, e não vou revirar estes guardanapos todos só pra ver se disse. Que eu bebi demais, eu sei que já disse, então não bebi tão demais assim. Se não disse, fica dito: trocaram o pratinho. E eu vou poder me vingar de novo.
Porque será que eles não usam o método de acoplar-e-retirar para o pratinho das batatas?
Duas horas e meia sentado nesta frigideira. Ah, é? Achou pouco o que escrevi nesse tempo todo? Dane-se, experimente fazer melhor na próxima vez que estiver esperando por alguém que não vem! Me aparece cada um...
Achei que a loira vinha falar comigo. Que susto.
Este texto não tem fim. Quinze guardanapos! Queria que ela chegasse. Seria o melhor fim para o texto. Se ela tivesse chegado antes, não haveria texto. Agradeço quando ela chegar?
Acabo a cerveja, peço um café, a conta e vou embora, frustrado, com mais um problema. Estão com pena de mim: me trouxeram mais batatinhas. Não tenho mais vingança pra temperá-los. Perdeu a graça.
Esperei três horas. Já está de bom tamanho. Vou. Chego em casa, copio tudo no word e passo pra ela por e-mail.
Idiota
Vingança
Branco Leone
Enfim (!),
ela diz que me quer.
Segura minha mão por entre copos
Me olha faminta por entre cabelos
Sorri sem graça por entre dentes.
Está cansada, triste, dopada.
É bonita.
Me pede que arranque suas roupas,
que a chupe, a morda, a coma.
Me diz que fará isso bem.
Que fará bem a mim.
Que fará bem comigo.
Faz o que pode
e só pode me pedir.
Seu poder termina no pedir.
Me pediu dez vezes.
Cem vezes.
E dez vezes, cem vezes
eu disse não
. . .
FUGIR! PRA ONDE?
ClaudioLorenzetti
Luxúria não é novidade para ninguém. Ou conhece-se a prática luxuriante ou então pratica-se de fato. Diversas maneiras de comportamento podem ser tidas como luxuriosas, classificadas sem querer depreciar a ação de alguém, mas somente por constatar que sua prática tem uma particularidade que lhe dá caráter próprio.
A luxúria baseia-se fundamentalmente em destruição alheia. Como assim!!!! simples; dar-se ao direito de fazer alguma coisa pelo seu bel-prazer é provocar dano a algo ou alguém. Antes que os paranóicos de plantão pensem em se matar pela culpa que devem estar sentindo depois de lidas estas frases, vale dizer que normalmente não se tem a noção explícita de tal dano, mas simplesmente sucumbimos a uma prática que é posta em ação indiferentemente do que pode acarretar; o problema é que esta mesma prática pode se virar contra nós mesmos.
O que eu realmente quero chamar a atenção aqui é sobre uma prática muito comum, até imperceptível, mas crucial. Façamos um panorama: LIXO. O homem produz lixo, desde quando ele começa a se integrar em pequenos grupos e criar as primeiras formas de sociabilidade, a muito tempo. De lá pra cá a única mudança foi na quantidade de lixo produzida, que cresceu de forma aterrorizante. Hoje em dia o lixo passou de algo que não vemos e nem sabemos pra onde vai, para um problema sério, merecedor de algumas considerações, como estas que faço aqui. O lixo é um luxo; alguém já disse isso, e esta frase já virou um chavão poético, mas nada mais ilustrador do que esta mesma frase para o fim a que se destina estas palavras. O luxo consiste em poder desfrutar de algumas benesses às custas da destruição sistemática da nossa casa, poder dar-se ao luxo de descartar o que não se quer simplesmente jogando na rua, ou quando muito em um cesto apropriado, criando uma montanha de material supostamente inútil, mas que só é realmente inútil pois assim nós o classificamos. Vale lembrar que já foi dito que qualquer mercadoria, ou objeto, só tem o devido valor por que os homens atribuem a ele este valor, ou seja, o que diferencia o lixo do não-lixo não são suas características físico-químicas, mas o sentido que cada um dá a ele.
Mas o que realmente tem de danoso a luxúria do lixo? Ora:
1. o que não interessa mais simplesmente joga-se fora. Qual é o problema?? Cada paulistano produz, em média 1 kg de lixo por dia; e ainda não chegamos aos níveis de primeiro mundo, preocupantemente maiores, certo!!;
2. existem hoje em dia um exército de pessoas (diga-se trabalhadores), que vive exclusivamente da coleta de materiais recicláveis pelas ruas, catando o que aparece pela frente, tendo que passar o dia carregando pesadas carroças cheias de papelão e outras coisas, levando buzinadas e xingamentos por atrapalhar o trânsito. Qual é o problema?? Bom, são pessoas que já têm seus empregos, não carecem de nenhuma ajuda da sociedade, certo!!;
3. pessoas que estariam morrendo de fome por aí agora podem comer graças aos lixões, aonde todos os dias toneladas de alimentos considerados impróprios para satisfazer nossa luxúria são despejados. Qual é o problema?? Ficamos felizes e de barriga cheia e ainda fazemos caridade, certo!!
4. Etc, etc etc (este quarto ponto fica para você pensar caro porcão) Vale lembrar que daqui a dois anos, a capacidade dos aterros sanitários aonde são jogados 15.000 TONELADAS de lixo produzidas POR DIA na cidade de SÃO PAULO estará esgotada, e que baixo ameaça de estarmos em breve tomando sol em uma praia de lixo na beira do rio Tietê estou de mudança para marte aonde aparentemente a luxúria não é prática corriqueira e amplamente aceita.
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PRIMEIRA SONATA ELÉTRICA
Mário Bortolotto
O que há com ela? Porque esse ar febril? As pernas dentro da bacia. Ardis de mulher que ainda não decidiu se quer. Ela espera que eu me renda. Que morra de vontade de morder suas coxas. Esse inverno não vai passar. Essa vontade de fugir, de não existir. A palhaçada de se deixar envolver, de acreditar que é possível ser feliz. Está na hora de aceitarmos os fatos, por piores que sejam. Fatos são fatos. O cachorro dorme tranqüilo, porque sabe que está sozinho. Não espera que ninguém o trate com consideração. Qualquer gesto de carinho é bem vindo. Qualquer explosão atômica será rechaçada por poemas quebrados, granadas sucateadas e bicicletas sem selim. Ando pela sala armado apenas com uma lata de Fanta Uva. Eu a conheço nua. Quão indiscreta ela se exibia subindo em arvores. Como eu poderia evitar todo o tráfico obsceno do jardim de samambaias? Ela cristalizou o meu desejo quando audaciosamente se aproximou naquela tarde de cerveja e amigos chapados. Eu repeti. Te conheço nua. Você não subia em arvores? Não saiu no Carnaval na ala das sodomitas recatadas? É claro que naquele dia ela não queria nada comigo. Se escondeu na lavanderia e passou a tarde toda dobrando anáguas. Não consigo imaginar onde ela conseguiu tantas anáguas. Ela me disse cruelmente: Você cheira mortadela. Assim mesmo. Desse jeito. Não consigo ficar perto de alguém que cheira mortadela. Me recolhi profundamente magoado. Me exilei entre bebedores de cerveja e comedores de sardinha. Fui ficando cada vez mais dissimulado. Ah, então era assim que se fabricavam vencedores? Eu também ia conseguir. Eu tinha os meios. Tinha garra. Tinha talento. Era só ler os livros indicados, sorrir na hora mais exata, cumprimentar os canalhas certos. Eu estava aprendendo. Foi assim que cheguei aqui, como um alpinista de plantão. Spider man de ocasião. Você ainda lembra de mim? Algum odor de açougue a incomoda. Não? Que bom. O isolamento acústico permite o escândalo quase envergonhado, mas necessário. O isolamento acústico é a melhor invenção depois do filtro de papel. Meu olhar se arrasta pelas paredes, pelas gravuras falsas de Basquiat, pelos penduricalhos hipongas, pela decoração neo qualquer coisa, por esse jeito "moderno" de decorar lofts. A afetação é a musa do século 21. Ela diz que cheiro erva doce. Vencedores tomam Fanta Uva. Ela quer ler meu mapa astral, encostar sua boca em meu ouvido e sussurrar poemas de Cecília Meireles. Ela quer o impossível. Me levar ao Mc Donald's, ao 54 e ao Blue Night. Ela já vem lubrificada e quer minha aprovação. Sua maquiagem impecável é a sofisticação da sedução. Dou a ela minhas doenças e minha inabalável fé na Bolsa de Valores. Entrego de bandeja meu cinismo e meus relógios cromados. Me precipito pelas escadas estourando pneus, vazando gasolina, em queda livre para o paraíso dos párias incondicionais. Minha queda é mostrada em panavision nas penitenciárias do país. Minha taquicardia de animal obeso. Meu jeito cool forjado em sessões de super fight. Desapareço entre automóveis, gravatas puídas e mini saias. Sinto uma estranha saudade do tempo que ela subia em árvores.
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Os cães e a rua
por FF
Desci do ônibus. Até que hoje a viagem foi tranqüila. Nada de bêbados, nada de pneu furado. Agora virão os 500 metros da minha rua. São duas da manhã, tá meio escuro, mas o silêncio é legal. Nenhum medo. Sempre subo beirando o meio-fio, pisando em paralelepípedos até cerca de 1/3 da rua. Daí pra frente já é asfalto.
O ruído de um motor me faz subir na calçada – não gosto muito das calçadas da minha rua, elas são esburacadas estão sempre cheias de carros estacionados. Divido o espaço com alguns cães (uns 4 ou 5), e não olho pra trás. O som está mais próximo. Dou uma olhada e vejo um carro estranho. Dois caras dentro. Ele vem cambaleando, parece que tem algo errado com uma das rodas. O capô tá amassado e os faróis dianteiros não acendem direito. Ele vem bem lento, mas já chega perto de mim. Continuo na calçada. O carro esquisito emparelha comigo. Tem um quebra-molas (minha rua é cheia deles) e o carro quase pára ao vencê-lo. Olho pra ele, e o cara ao lado do motorista me olha.
– “Aí, quer um bonde?” – pergunta.
Eu já conheço o cara, mas só de vista. Na verdade nem gosto dele. Nunca me fez nada, mas não gosto dele. Respondo “não“.
– Por quê? Tá com medo?
O cara fala com um ar de superioridade. Um sorrisinho sarcástico pra me intimidar.
– Não. Eu gosto de andar.
– Respondi e não tirei os olhos de cima dele.
O carro anda lento. Quase sou tão rápido quanto ele, mas a distância entre nós aumenta. O cara também continua me olhando. Parece que tá chapado, os olhos são vermelhos e exalam ódio. Mais alguns metros e minha miopia me impede de sentir aquele olhar. Mas eu sei que ele tá me olhando, metade da cabeça tá pra fora do carro.
Voltei pra rua. Já estou quase na parte asfaltada. Pena que o ruído do carro tenha excitado os cachorros. Agora eles latem, e os que estão atrás dos portões das casas remendam. Adeus silêncio, você era legal.
Um carro cinza sobe a rua numa velô fudida. Espanca os quebra-molas, não tá nem aí. Pasa por mim, e emparelha com o outro carro lá em cima, quase no fim da rua. Os dois estão parados. Os cães latem. Três tiros ecoam, parecem seis.
O carro cinza manobra rápido, canta pneu. Mais dois tiros, ou três, sei lá. Os cães latem mais ainda. Uma luz acende no 1º andar do prédio amarelo. Os cães decidiram que não param mais de latir. O carro cinza tá descendo, e eu, subindo. “Vou tomar tiro” – pensei. Aí parei atrás de um poste, na sombra dele. Estava bem escuro. Fingi que ia mijar. Olhei o carro baleado indo lento em direção a um poste. Ele bate. O carro cinza passa varado, me ignora. Faz a curva na velô, canta pneu e pega a estrada. A buzina do carro batido começa a tocar. Os cães estão loucos.
Continuei andando, olhei pra trás e vi a mulher do 1º andar na janela. A buzina continua. Cheguei perto do carro, que tem uma fumacinha saindo do motor. Tirei a cabeça do motorista de cima do volante, segurei nos cabelos dele. A buzina silenciou. Olhei pro carona, o cara que me abordou. A cara dele tava bem vermelha – e feia. Coloquei minha mão ensanguentada dentro do bolso. Os cães pararam de latir, um deles veio na minha direção. Tá quase silêncio, só ouço meus passos e as unhas do cachorro batendo no asfalto. Acho que ele vai me acompanhar até em casa. Vai ver gostou de mim. Dizem que os cães vêem a alma das pessoas. Vai ver eu sou uma boa alma.
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Algumas vezes na vida,
Você acha um amigo especial;
Alguém que muda a sua vida
Apenas por fazer parte dela.
Alguém que faça você rir
Até não poder mais
Alguém que faça você acreditar
Que realmente existe o bem no mundo.
Alguém que te convença de que
realmente existe uma porta destrancada
Apenas esperando que a abramos
Esta é uma Amizade Eterna.
Quando você está para baixo,
E o mundo parece escuro e vazio,
Seu Amigo Eterno levanta o seu astral
E faz daquele mundo escuro e vaz
Parecer de repente cheio e brilhante.
Seu Amigo Eterno enfrenta
Os tempos duros, tristes,
E os confusos.
Se você resolve retornar
Seu Amigo Eterno te segue.
Se você perder o seu caminho,
Seu Amigo Eterno te guia
E te alegra.
Seu Amigo Eterno segura a sua mão
E diz que
Tudo vai ficar bem.
Se você achar este tipo de amigo,
Você se sente feliz e completa
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