Vida e Paixão
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Soy psicólogo y dirijo una clinica, soy simpático, creo que soy atractivo, muy ardiente y me gusta hacer el amor mucho e hacer amigos, viajar por diversos paises en vacacciones y el deportes. Home Page http://www.mrmarcinho.hpg.com.br Apelido: menthaux Idade: 30 Estado: PR Cidade: CASCAVEL Que bom que você me achou. Muito prazer !!!

segunda-feira, maio 05, 2003
O DES-AMOR
Clarice Lispector



(...) Nao temos amado, acima de todas as coisas. Nao temos aceito o que nao se entende porque nao queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por nao nos termos um ao outro. Nao temos nenhuma alegria que ja nao tenha sido catalogada. Temos construido catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nos mesmos construimos, tememos que sejam armadilhas. Nao nos temos entregue a nos mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nos a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nos que por amor diga: tens medo. Temos organizado associaçoes e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvaçao para nao nos envergonharmos de ser inocentes. Nao temos usado a palavra amor para nao termos de reconhecer sua contextura de odio, de amor, de ciume e de tantos outros contraditorios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possivel. Muitos de nos fazem arte por nao saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angustia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Nao temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Nao temos sido puros e ingênuos para nao rirmos de nos mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos nao fui tolo" e assim nao ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em publico do que nao sorririamos quando fic?ssemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitoria nossa de cada dia. (...)


posted by Mr Marcinho 4:16 da tarde
. . .


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciado sob uma Licença Creative Commons.

gmail

. . .