Vida e Paixão
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Soy psicólogo y dirijo una clinica, soy simpático, creo que soy atractivo, muy ardiente y me gusta hacer el amor mucho e hacer amigos, viajar por diversos paises en vacacciones y el deportes. Home Page http://www.mrmarcinho.hpg.com.br Apelido: menthaux Idade: 30 Estado: PR Cidade: CASCAVEL Que bom que você me achou. Muito prazer !!!

quarta-feira, setembro 29, 2004
Processo seletivo Volkswagen. Redação desenvolvida por um candidato num processo de seleção.Não se sabe se ele foi aprovado, mas seu texto está fazendo sucesso e ele com certeza será sempre lembrado pela sua criatividade e pela sua poesia.

"Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado. Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.

Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei
me viciando.

Já roubei beijo, Já fiz confissões num quarto escuro pro melhor amigo.

Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.

Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.

Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.

Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu
lugar.

Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim.

Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: '- Qual sua experiência?'
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: 'experiência...experiência...' Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Não!!? Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

EXPERIÊNCIA? PARA QUE, SE A TODO MOMENTO TUDO SE RENOVA?"



posted by Mr Marcinho 4:39 da tarde
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terça-feira, setembro 28, 2004
23/09/2004 - 09h00
Dependentes e compulsivos se disseminam na sociedade
da Folha de S.Paulo

Sexo, comida, exercício e compras, entre outras atividades tidas como
normais e rotineiras, vêm se transformando na principal causa de preocupação
de pessoas que se consideram "viciadas" em algumas delas.

Para psiquiatras, psicanalistas e antropólogos ouvidos pela Folha, mudanças
sociais nas últimas décadas e o próprio avanço da medicina ajudam a explicar
o fenômeno. Estaríamos vivendo uma nova era, na qual o que tradicionalmente
se chama de "vício" ganhou maior amplitude, novos diagnósticos e passou a
despertar crescente interesse de terapeutas, da indústria farmacêutica, da
sociedade e também de governos. "Vício" é uma palavra em geral evitada pelos
especialistas, por sua conotação moral negativa. Eles preferem o termo
dependência", quando se trata de drogas, e "compulsão", para designar
distúrbios como a irrefreada e repetida "vontade" de fazer compras ou de
praticar sexo. O problema não está em querer consumir ou ter relações
sexuais, mas em viver quase exclusivamente para isso. Nesse caso, um impulso
particular sobrepõe-se a todas as demais atividades que a pessoa possa --ou
mesmo queira-- fazer.

Os tipos compulsivos, segundo o psiquiatra Marcos Ferraz, são caracterizados
pela perda da liberdade. Com os progressos na explicação desse mecanismo, o
viciado passou da condição de culpado para a de vítima, seja do meio social,
seja da genética.

Mecanismos iguais

De acordo com Rodrigo Bressan, professor de pós-graduação em psiquiatria da
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os mecanismos cerebrais que
determinam a dependência de drogas e as compulsões comportamentais são muito
semelhantes --têm a ver com a perda de possibilidade de escolha. Em ambos os
casos, a pessoa não pode mais ficar sem determinada substância --seja ela o
cigarro, o álcool ou uma droga ilícita-- ou sem repetir uma ação ou um
comportamento.

O número de viciados, seja em drogas, seja em comportamentos, vem se
acelerando desde o fim dos anos 70. Para o psiquiatra e psicanalista Joel
Birman, professor titular do Instituto de Psicologia da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro), esse aumento é uma conseqüência das novas
exigências da sociedade dita pós-moderna.

Segundo o psicanalista, essa sociedade exige cada vez mais das pessoas em
todas as áreas, mas elas nem sempre estão preparadas para responder a tal
demanda. Uma profusão de estímulos, geralmente na forma de imagens (TV,
mídia, publicidade), bombardeia os indivíduos, que muitas vezes têm
dificuldades de elaborá-los. "Sentimo-nos possuídos por uma excitação da
qual não conseguimos dar conta", diz Birman. O resultado desse processo é o
que o psicanalista chama de "excesso de excitabilidade".

A sociedade também impõe uma competição acirrada entre personalidades
exibicionistas e autocentradas. Cada indivíduo precisa buscar sempre o
máximo desempenho. Quem não consegue lidar com o excesso de excitabilidade
nem se adaptar a essa "cultura do narcisismo" pode sucumbir, diz Birman.

Diante de tal ameaça, ocorrem reações: o excesso de excitabilidade se
converte em perturbações psicossomáticas, síndrome do pânico ou depressão.
Para fugir de situações como essa ou lidar com elas, a pessoa começa a comer
muito, jogar ou se drogar.

A compulsão por drogas possui uma característica peculiar. Algumas delas
alteram a personalidade de tal forma que permitem melhorar o desempenho
social de forma momentânea. O sujeito inadaptado, que normalmente não teria
chance numa sociedade que exige performance, pode encontrar na droga um meio
à primeira vista, viável de integração.

O desejo

O psicanalista Contardo Calligaris, no entanto, faz uma ponderação no que se
refere ao tratamento e à atenção dada hoje aos chamados "vícios modernos",
as compulsões. Ele preocupa-se com o fato de que cada vez mais
comportamentos venham sendo tratados como vícios. "Seguindo essa lógica,
qualquer comportamento que a gente goste e repita assiduamente, apesar de
riscos e contra-indicações, seria uma toxicodependência."

Calligaris considera que a utilização do modelo explicativo da dependência
de drogas para descrever outros comportamentos pode ser apenas uma desculpa
para evitar um fato incômodo: às vezes as pessoas desejam coisas de que se
envergonham, que as prejudicam, que as perturbam. Em vez de assumirem que
desejam algo considerado "errado", podem atribuir esse desejo a
desequilíbrios químicos que alguma pílula supostamente poderia curar. "Há
uma diferença radical entre uma toxicomania e essas condutas", diz
Calligaris.

Tudo a mesma droga?

Ao falar de "droga", especialistas não se referem apenas às substâncias
ilegais, mas também às legais, como o álcool e até mesmo remédios
psiquiátricos, conhecidos como psicofármacos. De acordo com Birman, muitas
vezes não existe diferença entre quem usa antidepressivo, ansiolítico ou
cocaína: todos eles querem melhorar seu desempenho diante das exigências da
sociedade pós-moderna.

O psiquiatra e psicanalista Durval Mazzei Nogueira Filho, especialista no
tratamento de dependentes de drogas e autor do livro "Toxicomania", concorda
e aponta um novo problema: o aumento do consumo de remédios psiquiátricos.

Isso significa que um número cada vez maior de pessoas deprimidas está
recebendo tratamento e deixando de sofrer, mas, segundo Mazzei, é preciso
lembrar que a diferença entre os remédios e as drogas ilícitas é bem menor
do que muitos supõem.

Em geral, os medicamentos não instauram uma suposta normalidade na química
cerebral, mas criam um estado psíquico novo. "Esses remédios agem na mesma
região cerebral que recebe o impacto das drogas, o sistema de gratificação e
recompensa. Mas o medicamento não atua nos mecanismos íntimos da doença,
mesmo porque ninguém sabe quais são eles", afirma.

Mazzei não deixa de receitar remédios quando considera necessário, mas se
irrita com o fato de esses remédios serem periodicamente anunciados pela
mídia como solução para todos os males. Para Jair Mari, professor de
psiquiatria da Unifesp, que atende dependentes químicos, a depressão muitas
vezes leva algumas pessoas a buscar as drogas. "Para esses casos, o auxílio
de remédios e a psicoterapia podem solucionar o problema", diz.
Antidepressivos podem, ainda, funcionar como um substituto para algumas
drogas, como a cocaína. No entanto o uso de remédios não é unanimidade entre
os médicos. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Uniad (Unidade de
Pesquisas em Álcool e Drogas), da Unifesp, afirma que, "se esse uso fosse
simples, o problema da dependência de drogas já estaria resolvido".

Os caminhos da cura

Não há um caminho único para quem quer se livrar da dependência ou compulsão
A ajuda vinda dos grupos de anônimos, de psicoterapeutas e até dos bancos
das igrejas, ao lado dos remédios recomendados por psiquiatras, podem ajudar
uma pessoa a se recuperar do vício.

Formado em 1935 nos Estados Unidos, os Alcoólicos Anônimos, segundo a
própria entidade, têm cerca de 2 milhões de membros no mundo. Só na cidade
de São Paulo, existem mais de 200 grupos de ajuda --além dos alcoólicos, há
grupos para narcóticos, comedores compulsivos e dependentes de sexo, entre
outros.

Em suas reuniões periódicas, as pessoas trocam experiências e encontram
apoio de outras com os mesmos problemas. "O grupo funciona como uma segunda
família", diz o sociólogo Leonardo Mota, autor de um livro sobre os
Alcóolicos Anônimos.

As técnicas dos anônimos, no entanto, são alvo de críticas. O psicanalista e
psiquiatra Maurício Gadben, que defendeu tese de doutorado sobre dependentes
na Unicamp, critica os anônimos por só atacarem os sintomas da dependência.
O psiquiatra Jairo Werner, coordenador do grupo de estudos sobre tratamento
de alcoolismo da Universidade Federal Fluminense, diz que falta aos grupos
diagnóstico médico. "Muitos dos que os procuram precisariam de auxílio
especializado", afirma. Ainda assim, profissionais de saúde não questionam a
validade dos anônimos. Ao contrário, recomendam aos seus pacientes que os
freqüentem. O psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, presidente do Grea (Grupo
de Estudos de Álcool e Drogas, da USP), é um deles. A psicóloga Maria Paula
Oliveira, uma das fundadoras do Ambulatório do Jogo Patológico do Proad, da
Unifesp, concorda. Ela diz que os anônimos tiram dos dependentes o
sentimento de onipotência. Nos grupos, eles precisam admitir que são
incapazes de controlar seus impulsos e que um "poder superior" os orienta.

Religião pode viciar

Outro caminho para livrar-se da dependência é a religião. Muitas delas
oferecem tratamentos para diversos tipos de vício. A Igreja Católica, por
exemplo, criou, em 1998, a Pastoral da Sobriedade. A entidade segue o modelo
dos 12 passos dos anônimos.

O professor de sociologia da USP Flávio Pierucci afirma que as religiões
usam o tratamento para conquistar fiéis. Dom Irineu Danelon, coordenador da
Pastoral da Sobriedade em São Paulo, admite a catequese na pastoral e é
taxativo: "Não há recuperação sem evangelização".

Participante das reuniões da pastoral desde a fundação, Valmir,
ex-dependente de cocaína, diz que só conseguiu abandonar as drogas com a
religião. "Freqüentei reuniões do Narcóticos Anônimos, mas vi que ficaria
dependente delas. Só com Deus consegui ser independente."

Algumas pessoas trocam uma compulsão por outra, tornando-se fanáticas por
religião, segundo o psiquiatra Edmundo Maia. Dom Irineu Danelon admite que
algumas pessoas exageram. "As pessoas devem agradar a Deus pelo estilo de
vida que levam, e não apenas pela palavra."

A dependência no divã

Enquanto nos anônimos e nas igrejas os dependentes contam experiências sem
ser questionados, nos tratamentos psicoterápicos eles falam de assuntos que
nem sempre abordariam sem estímulo. "Nas terapias de grupo, todo mundo
conversa, se questiona. O terapeuta sempre aponta questões", afirma a
psicóloga Maria Paula Oliveira. Há duas diferentes abordagens para o
tratamento psicoterápico, segundo a ONU: a behaviorista e a psicodinâmica.
Na primeira, o terapeuta acredita que o comportamento compulsivo decorre de
falha no aprendizado. O paciente precisa aprender a se comportar de outra
forma. Werner, da UFF, compara o aprendizado ao de línguas. "O dependente
precisa aprender outra linguagem que não a das drogas." A psicodinâmica
aborda a questão do vício como reflexo de conflitos internos surgidos na
infância e que precisam de solução. Eliseu Labigalini, psiquiatra do Proad,
afirma que a terapia é longa e, às vezes, difícil, por obrigar o paciente a
se questionar.

Internações

Quando o dependente já tentou parar de várias formas e não conseguiu, a
saída pode ser a internação, afirma José Galduróz, psiquiatra do Cebrid, da
Unifesp.

Ela, no entanto, não significa o fundo do poço. Segundo José Antônio Zago,
psicólogo do Instituto Bairral (clínica psiquiátrica que atende dependentes)
boa parte dos internos tem emprego e apoio da família. O jornalista Carlos,
por exemplo, ainda trabalhava quando foi internado pela primeira vez, em
2001. Só em 2004, por causa de uma recaída, perdeu o emprego.

As clínicas combinam, em geral, o uso de remédios com psicoterapia e terapia
ocupacional. Algumas usam também os 12 passos dos anônimos e o auxílio da
religião.

De todos os tratamentos, dizem os especialistas ouvidos, o melhor é aquele ao qual o dependente se adapta, que pode ser a simples vontade de parar ou todos juntos.



posted by Mr Marcinho 4:58 da tarde
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