Vida e Paixão
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Soy psicólogo y dirijo una clinica, soy simpático, creo que soy atractivo, muy ardiente y me gusta hacer el amor mucho e hacer amigos, viajar por diversos paises en vacacciones y el deportes. Home Page http://www.mrmarcinho.hpg.com.br Apelido: menthaux Idade: 30 Estado: PR Cidade: CASCAVEL Que bom que você me achou. Muito prazer !!!

domingo, julho 17, 2005
Os relatos sobre Lilith são profundamente contraditórios tanto em suas origens quanto em sua representação. Sua biografia se confunde depois de milênios de misturas entre crenças de vários povos.
No épico babilônico Gilgamesh (2000 a.C.) ela aparece como uma prostituta estéril com aparência zoomórfica, bela e jovem, dotada de pés de coruja e asas de morcego. Os atributos dos seres noctívagos são os signos da afinidade de Lilith com as horas noturnas e, por extensão, com as trevas, a escuridão. Lilith é também conhecida como "A Lua Negra".
Esta, no entanto, não é a versão mais aceita. Comumente, as versões se fundamentam nas referências do Talmud, do Zohar e da Torá, textos bíblicos e da cabala judaica.
Mesmos nestes textos, Lilith aparece hora como a mulher insubmissa, que precedeu Eva, mas, por sua rebeldia, foi expulsa do Paraíso, hora é a personificação que se refere a uma espécie de "história não contada" de Eva.
Na primeira versão, de acordo com a lenda hebraica, Lilith teria sido formada assim como o homem a partir do barro, logo após a formação deste. Por esse motivo ela não teria aceitado uma posição inferior em relação ao homem, pois sendo criada da mesma forma, exigia os mesmos direitos, não aceitou uma posição submissa. No primeiro ato sexual Lilith não aceitou ficar por baixo, agüentando o peso do corpo do companheiro e exigiu ter também o direito ao gozo e ao prazer sexual. Adão queixou-se a Deus e este, para substituir Lilith , cria Eva, mulher submissa, feita não de barro, mas de uma costela de Adão.
Às margens do Mar Vermelho, para onde Lilith vai ao ser rejeitada por Adão, habitavam os demônios e espíritos malignos. Segundo a tradição hebraica, esse era um lugar maldito, fazendo com que Lilith se afirmasse como um demônio. Segundo essa mesma tradição é esse caráter demoníaco que levaria a mulher a contrariar o homem e a questionar seu poder.
É interessante destacar que mesmo Eva, criada para a submissão, também de certa maneira revoltou-se e quebrou as regras ao comer do fruto proibido e oferecê-lo a Adão. Assim estava subjacente ao mito da criação um papel desabonador para a mulher.
Na outra versão, a primeira mulher de Adão, teria mesmo sido a tradicional Eva. Ela teria tido filhos. Entretanto, os anjos, enciumados por causa das atenções de Deus para com o homem, vingativos, mataram impiedosamente as crianças. Embrutecida pelo infortúnio supremo, Eva transforma-se em Lilith e abandona o Jardim das Delícias. Nada lhe restava senão dirigir-se aos mundos subterrâneos onde, aliando-se aos demônios, aprendeu as artes mágicas e a prática do vampirismo tornando-se, por fim, ela própria, um demônio dentre os mais poderosos da face da Terra.
Enquanto isso, no Éden, Deus providenciou uma segunda mulher para o solitário Adão. Resolveu o Senhor produzir esta outra a partir de uma parte do corpo do próprio Adão para que não competisse com este, mas a ele pertencesse. A nova Eva nasceu como um subproduto de Adão. Porém, mais uma vez, ainda que razoavelmente submissa, foi Eva que sucumbindo ao desejo pela maçã do conhecimento, provocou a expulsão definitiva da raça humana do Paraíso que, fora dos domínios de Deus, haveria de amargar todas as dificuldades e tragédias que fizeram e fazem a história da humanidade.
Estabeleceu-se, desde então, o eterno conflito que atormenta o homem sempre dividido entre impulsos, para o bem e para o mal. Assim como o Diabo, a Serpente, o Satanás, Lilith representa a maldade em seu lado feminino, inspirando desde os malogros da sorte às ações mais pérfidas dos indivíduos. São alguns dos "títulos" de Lilith: Rainha do Mal, Rainha da Noite, Mãe dos Súccubus, Mãe dos Demônios, Lua Negra (este último, uma relação com a simbologia astrológica).
O mito de Lilith é uma excelente metáfora para a situação de submissão que as mulheres passam a ter na sociedade patriarcal, e da forma como a sexualidade feminina passa a ser vista como perigosa e transgressora, tratada como tentadora, síntese do mal e raiz do pecado.
Eva foi feita para servir, condenada eternamente à inferioridade. O filósofo cristão Santo Agostinho afirmava que a mulher não era a imagem de Deus, apenas o homem o era. A mulher seria no máximo, a imagem de uma costela. O cristianismo católico herdou a visão hebraica ortodoxa e associou definitivamente a imagem da mulher ao pecado. Com a negação do corpo em detrimento do espírito qualificou o sexo como algo terrível e pecaminoso, que afasta o homem de Deus. A Igreja Católica e seus prelados eram terrivelmente misóginos, chegando até mesmo a afirmar que as mulheres não tinham alma, que eram apenas carne, e estavam por isso longe da graça de Deus. Essa visão negativa da mulher se fez sentir na intolerância Católica através da Inquisição, que levou à tortura e à morte milhares de mulheres sob a alegação de bruxaria e outras heresias.
Apesar de todas estas lendas "desqualificadoras" de Lilith, existe um texto na cabala, que relata um sonho de Sarah, no qual Lilith aparece como mãe de Eva e participando de um respeitável ciclo feminino de poder e honra. É uma bonita versão, na qual Lilith preconiza a mulher antes do período de dominação do homem.
Do ponto de vista psicanalítico, creio que Lilith e Eva são, de fato, estados emocionais, psicológicos da mulher. Lilith é a mulher que exprime sua sexualidade, sua agressividade e que se percebe como igual. Por isso atrai e ao mesmo tempo amedronta aos homens. Os homens a desejam mais como símbolo de sua conquista do que propriamente para companheira. Gostam de exibi-la como um troféu, como um animal selvagem dominado por seu poder masculino. Traída, expulsa, mal amada, humilhada e ofendida, Lilith se volta contra os homens e se esconde no inferno (da solidão e do desamor).
Eva, por sua vez, é a mulher que se submeteu ao homem para não ter o mesmo destino de Lilith, a mulher que soube aceitar sua condição de prisioneira mas nunca se rendeu de fato. Submissa e comportada, Eva foi a causadora da perda do Paraíso (não Lilith) por lançar o homem ao pecado que, apesar dos séculos de repressão não estava no sexo mas no saber, no fruto do conhecimento (em ser o que não se é).

Me pergunto qual teria sido o destino de Lilith, ou mesmo o destino da humanidade, se ao invés de temer seu poder, Adão tivesse aceito esta igualdade e se submetido às delicias da poder feminino. Talvez, ainda estivéssemos no Paraíso. Talvez não tivéssemos sobre nós o véu do "Pão da Vergonha" com que nos cobrimos aos olhos de Deus.

Isso me faz lembrar de uma piada na qual Adão pergunta para Deus:
- Deus, por que fizestes Eva tão linda e gostosa ?
- Para que tu pudesses gostar dela, meu filho - Respondeu Deus.
- Mas Deus - insistiu Adão - Por que precisava fazê-la também tão burra ?
- Para que ela pudesse gostar de ti, meu filho - Disse Deus.



posted by Mr Marcinho 12:36 da tarde
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